segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Balanço dos seis meses

Hoje faz seis meses que estou morando no Rio. Nesse meio tempo foi possível fazer algumas e novas observações sobre a cidade, sobre a minha vida aqui e constatar pequenas coisas no meu dia a dia.


Moro há relativamente pouco tempo aqui, mas me sinto praticamente como se nunca tivesse morado em outro estado, tamanha minha familiaridade com a cidade e meu bairro. Me sinto em casa.

Estou muito feliz, apesar da falta que sinto da minha família, de alguns amigos e de alguns lugares em São Paulo, mas acho que o saldo é bastante positivo.


Uma das poucas coisas que me irrita muito, mas com a qual estou aprendendo a conviver, é o calor. Mesmo antes do verão ter começado, as temperaturas já beiravam o insuportável. Como não há solução, acabei me acostumando, e ao mesmo tempo dando graças a Deus por não padecer muito ao ir pro trabalho, pois quando chego lá, em poucos minutos, o ar refrigerado resolve meu problema. Porém, confesso que já deixei de sair algumas vezes pra ficar no conforto do meu lar fresquinho. Em breve serei obrigada a fazer de novo uma escova progressiva, ou ser mais radical e cortar os cabelos curtos. Apesar de mais onerosa, prefiro a primeira opção.

A minha vida social até que anda razoavelmente agitada. Nem sempre faço os mesmos programas que fazia em São Paulo, pois os amigos são diferentes e seus gostos também, mas não posso me queixar. Recentemente descobri um cinema que num determinado dia da semana é tão barato, que passei a fazer isso com freqüência. Tendo como aliado o táxi também barato, esse passou a ser um dos meus programas preferidos. E que eventualmente ainda me trazem algumas surpresas agradáveis.

Em se falando da noite carioca, ainda não tive muitas experiências para poder comparar, mas pelo pouco que vi até agora, não conseguiria diferenciá-la da noite paulistana. E algo que é novidade, pois nunca vi em São Paulo, é um movimento chamado Pay what you want, que como o nome diz, consiste basicamente em se pagar o quanto se achar justo num determinado programa. Pode ser de R$ 1,00 a quanto sua conta bancária permitir. Alguns lugares estipula, dois valores, algo como 8 ou 80. Literalmente. E acreditem, uma grande parte encara o valor máximo. Achei a idéia interessante, mas ainda não fui a nenhum lugar com esse esquema. Se for o caso, venho contar como foi.

Agora uma pausa para uma observação feminina. Os cariocas são grandes conquistadores e na maioria das vezes tem um sotaque que começou a me soar bastante sexy. Vou dar tempo ao tempo e descobrir mais a respeito deles quando estiver disposta a conhecer alguém.

Outro aspecto que tem me deixado contente é o custo de vida carioca. Com exceção dos imóveis, indecentemente mais caros, praticamente tudo por aqui é mais barato. E ao contrário do que imaginei, a conta de luz desse mês, em que usei o ar condicionado à exaustão, não foi exorbitante.

Uma situação com a qual tive que me reacostumar, foi com entregadores subindo até o meu apartamento. Em Sampa não acontecia isso, e aqui quando toca o interfone eu tenho que me policiar pra não dizer ao porteiro que já estou descendo. Para falar a verdade eu até prefiro, e apesar de poderem subir, eu vou cogitar passar a fazer isso por uma questão de segurança e quem sabe sugerir a implantação da idéia no prédio.

Fala-se muito sobre as belezas naturais do Rio, o que não é nenhuma mentira. Meu apartamento não tem a melhor vista, é bem perto de outro prédio e um pouco devassado, mas ao menos consigo ver um dos morros do Pão de Açúcar. Em compensação, a outra vista é do cemitério. Das minhas três janelas consigo ver o Vale do Futuro lá na frente. Nada que incomode, mas é curioso.

Apesar deste detalhe, posso dizer que dei muita sorte em ter encontrado esse apartamento, tenho absolutamente tudo de que preciso pertinho de mim. E, por incrível que pareça, o que mais me atrai é um hortifruti, que além de ficar bem perto, fazem entrega e é o grande culpado por eu ter me viciado em fazer uma salada de frutas maravilhosa.

Também posso dizer que dei sorte no trabalho. Estou numa área que curto, trabalho com pessoas legais, minha chefe é ótima, o ambiente é agradável e o melhor de tudo, fica tão, mas tão perto de casa que vou até lá almoçar praticamente todo dia, e ainda tenho tempo para uma mini siesta.

Ou seja, não posso reclamar da nova vida. Agradeço sempre por durante esses 6 meses ter dado tudo certo e mais do que nunca, estar certa de que essa foi uma decisão difícil, mas bastante acertada.

E uma constatação curiosa, é impressionante a quantidade de vezes em que confundo o Rio com São Paulo. É ainda muito freqüente, por alguns segundos achar que estou num lugar e de repente me dar conta de que não estou. Vejo isso como um bom sinal, de que me sinto tão em casa em ambas as cidades que chego a confundi-las e acabo dando risada de mim mesma. Mas quero crer que seja uma questão de tempo e que em breve, isso aconteça apenas esporadicamente.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Mais uma listinha

Na falta de tempo e pra não deixar o blog às moscas, lançarei mais uma vez. mão de um recurso divertido.

Outra listinha pra passar o tempo:


10 coisas que eu quero de Natal:
Tempo pra viajar mais

Meus quadros pendurados nas minhas paredes como num passe de mágica
Um piso novo para minha sala
Unhas postiças
Um ar condicionado pra minha sala
Um celular com bateria perpétua
Uma tv nova pro meu quarto
Cabelo escovado pra sempre
Ganhar na mega sena
Paz

9 bandas que eu amo:
Depeche mode
Killers
Blind Guardian
Iron Maiden
REM
U2 (afinal, quem foi rei nunca perde a majestade)
Metallica
Manic Street Preachers
Faith no More

8 coisas que eu faço todo dia:
Escovo os dentes
Brinco com meus gatos
Ouço musica
Entro na internet
Leio
Vejo tv
Falo no telefone
Como

7 coisas que eu adoro
Dias em que não morro de calor
Ler
Ver filme
Quando acaba o carnaval
Baixar músicas
Descobrir algo novo
Comer

6 coisas que sempre vão conquistar meu coração
Bom senso de humor
Sorrisos
Simpatia
Educação
Respeito
Inteligência

5 favoritos
Filme: Peixe Grande
Música: In your room, Depeche Mode
Bebida: Coca zero /light
Comida: pão
Estação do ano: inverno

4 cheiros que eu gosto
Chuva
Meus perfumes
Refogado de alho com cebola
Meus incensos

3 lugares que eu quero conhecer
New York
India
Países Baixos

2 feriados que eu amo
Ano Novo
Qualquer um com mais de 3 dias

1 pessoa com que eu casaria sem pensar
Impublicável. Quem sabe, sabe.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Bullying e rejeição na minha infância

Recentemente lendo o texto de uma amiga sobre acontecimentos ocorridos na infância dela, fui imediatamente remetida à minha.

Atualmente lido muito bem com a minha deficiência, em todos os sentidos. Diga-se de passagem, essa expressão “deficiência”, ou as correlatas, em nada me incomodam. Tem que as ache pejorativas, mas como sou do tempo em que não se falava em “portadores de necessidades especiais” ou outras invencionices, isso não representa um problema pra mim.

Mas nem sempre fui assim. Como sabemos, crianças são bastante sinceras e, porque não dizer, maldosas também. Aquelas que são diferentes das outras são inevitavelmente marginalizadas, desprezadas. Esse foi exatamente o meu caso.

Lembro que quando tinha por volta de uns 8 anos, estudava em um colégio pequeno, onde eu fui pega para Cristo. Estudava em uma turma também pequena, eram 5 meninas e uns 10 meninos. A diversão deles no recreio era correr atrás da manquinha, ou da Medusa, como um deles resolveu me apelidar.

Aliás, esse menino, cujos nome e rosto até hoje não esqueço, e que era o líder da turma, ficou por muito tempo me perseguindo. Não necessariamente na prática, mas sonhava com ele e tinha medo de vê-lo em qualquer lugar em que estivesse. Felizmente nunca o vi fora do colégio.

O pior de tudo é que o sujeito no início do ano, quando nos conhecemos, era uma graça, todo educado e simpático, vivia conversando comigo e me dando presentinhos. Aí, algo fez com que ele se transformasse naquele pequeno monstro que passou a me aterrorizar diariamente.

Era humilhada na frente de todo mundo, e parecia que ninguém tinha compaixão. Até hoje não entendo como aquilo acontecia num colégio pequeno sem que professores/orientadores vissem e repreendessem o líder e os que se juntaram a ele.

Não tinha perdão, nada que eu fazia ou dizia passava em branco. Toda e qualquer palavra que saísse da minha boca era motivo para piadinhas de gosto duvidoso.

Aprendi a conviver com isso em silêncio. Talvez nem tanto silêncio assim, pois nessa ocasião já fazia terapia - logicamente não por decisão minha, assim como não tinha discernimento para entender do que se tratava – e certamente foi algo fundamental para mim.

Esse drama durou alguns anos e foi uma experiência traumatizante. Prova disso, é que não me lembro de praticamente nada agradável ocorrido nesse tempo, mas não esqueço os momentos desagradáveis. Hoje superei e acho que lido bem com a lembrança, mas não gostaria de um dia ver esse sujeito na minha frente.

Mudei de colégio aos 10 anos, por diversos motivos, e passei a estudar num bem grande e onde finalmente passei a me sentir melhor por não ser tão sacaneada. Mas isso não significou o fim da rejeição.

Comecei a ter aulas de educação física, o que se tornou um verdadeiro trauma para mim. Eram freqüentes os jogos de vôlei e queimado, mas logicamente eu ficava sempre na reserva. Ou quando raramente jogava, me sentia invisível. Ninguém me passava uma bola, implicavam com o meu andar e ouvi uma frase que me deixou muito triste e demorou algum tempo para ser processada: “você vai jogar mesmo andando assim?”. Eu na época, ainda muito submissa e sem atitude, disse algo como “é, melhor eu não jogar né? Também lembro até hoje o nome dessa menina.

Outra situação que passou a ser freqüente eram as festinhas de aniversário. Sempre tinha alguma pra ir. E na ocasião, com uns 11, 12 anos, é quando os meninos estavam começando a paquerar as meninas, chamá-las pra dançar e tentar conquistá-las. Eu virei o patinho feio, não era nunca a escolhida e ficava lá sentada olhando, fingindo que estava tudo bem. Nessa época, sofria uma espécie de bullying velado (se é que isso existe), pois sabia que comentavam sobre mim, sempre de forma pejorativa. Tinha a sensação de que de nada adiantava ir sempre arrumadinha, cheirosinha e bonitinha. Só minhas amigas me elogiavam, enquanto elas eram elogiadas pelos meninos.

Passei toda minha infância e adolescência morando num prédio grande, cheio de crianças e onde tinha piscina e playground, ambientes que eu freqüentava com assiduidade. Acho que era minha válvula de escape dessas situações vividas nos colégios, pois ali ninguém me rejeitava, eu conseguia ser eu. Claro que tinha minhas limitações, não conseguia pular corda e nem elástico muito bem, nas brincadeiras que exigiam muito esforço físico sempre era prejudicada, mas nunca fui feita de vítima talvez por ter minha irmã, mãe e várias outras, e algumas queridas sempre por perto.

Não falo isso hoje para que tenham pena, aliás, algo que não suporto. Mas sim porque tenho orgulho de mim, de ter vencido quase que completamente o problema (dizer que não ligo a mínima seria mentiroso da minha parte), e que hoje minha auto estima é outra. Consigo conviver com os olhares e comentários alheios sem me incomodar. Mas se disseram algo como “coitada, que pena”, eu fico bastante incomodada. Sou independente, e não foi á toa que conquistei isso, então não me acho digna de pena, muito pelo contrário.

Agradeço acima de tudo aos meus pais que me trataram sempre como se eu fosse “normal”, mas com o bom senso de me mostrar que eu sempre tive e sempre terei uma característica única com a qual tive que aprender a conviver.

Minha irmã também tem grande parte nesse processo. Sempre me viu como uma pessoa igual às outras e apesar de eventualmente ter um cuidado exagerado comigo (hoje em dia bem menos do que na nossa adolescência), nunca me tratou como alguém com um problema.

Sem pieguice, é com alegria que hoje me considero uma pessoa que inspira orgulho, sem falsa modéstia. .

Todos esses acontecimentos me levam a pensar em outra questão, mas que como não é da minha competência, não vou desenvolver, mas deixo como reflexão. Será que crianças podem ser pessoas do mal ou essas atitudes eram somente diversão? E será que crianças já nascem más ou desenvolvem isso com o tempo, em função das influências externas?

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E para descontrair um pouco:

Personalidades da semana: Letícia Birkheuer, Betty Lago, Francisco Dornelles, Oswaldo Montenegro (não agüento mais ver esse barba branca), João Havelange, Ciro Gomes e Patrícia Pillar (linda de morrer).

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Homenagem

Ontem foi um dia especial para mim. Minha irmã fez aniversário, e foi um dos poucos em que não pude estar com ela depois de tantos anos.


Queria ter escrito algo antes da data, mas não consegui e como vi que ainda demoraria alguns dias para fazer isso, acabei lembrando de um texto escrito 5 anos atrás e resolvi resgatá-lo.

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HOMENAGEM

Há exatamente vinte e nove anos minha vida mudou. Eu que era uma criança de dois anos jamais imaginaria que aquela criaturinha recém saída da barriga da minha mãe se tornaria uma das pessoas mais importantes para mim.

Acho que o fato de não ter sentido ciúmes dela, algo muito comum nessas situações, foi o primeiro indício de que aquela seria uma ótima relação entre duas irmãs. Desde sempre foi um privilégio poder conviver com alguém tão especial.

Não é com qualquer um que se troca discretos olhares, suficientes para saber o que a outra está pensando ou sentindo. A sintonia é total e percebida por todos e só quem tem o privilégio de ter um irmão ou irmã pode entender a importância de uma relação como essa.

Fico indignada ao ver irmãos brigando, é algo que me entristece e não entra na minha cabeça. Lógico que não escolhemos a família onde vamos nascer, mas o amor por pais e irmãos é algo que me parece ser inerente ao ser humano e, justamente por isso, quando não acontece me assusta um pouco. Claro que infelizmente há algumas exceções.

Eu não escolhi minha irmã, mas sou eternamente grata por ter tido a imensa sorte de tê-la na minha vida.

Lembro que sempre a provocava dizendo que ela havia sido encontrada num cestinho na porta de casa, bobeira na qual ela acreditou por longos anos, mesmo tendo visto fotos da minha mãe grávida, dela recém nascida, de cartões comemorando a chegada dela. Como me diverti às custas disso !

E ela continua me divertindo até hoje. É a única pessoa que conheço que é capaz de ver um filme super bobo e rir, mas rir tanto e de forma tão engraçada que te dá vontade de rir também. Isso é especial.

Memórias da nossa infância são inúmeras. Teve uma vez em que ela toda fofa resolveu deixar eu brincar de cabeleireiro e estragar o cabelinho loiro dela de tal maneira que a única solução foi cortar “Joãozinho”. Jamais reclamou ou brigou comigo por causa disso. Noutra ocasião me ajudou a “assaltar” a casa de uma amiguinha do prédio e depois me defender quando vieram me acusar.

Nossas peripécias infantis são tantas e tão divertidas que seríamos capazes de entreter platéias por horas com nossas lembranças.

Fofocas, segredos, confissões, decepções, discussões, muita risada. Quanta coisa eu ganhei com a chegada dessa menina!!!!

Como se não bastasse ser uma irmã perfeita, é uma filha dedicada, uma namorada irrepreensível, uma profissional excelente, uma grande amiga e querida por todo mundo. Vai ter fã assim lá no Orkut !!! Algo que, aliás, a boba não teve paciência de aturar e pediu para que a tirasse de lá. Pena, teria testemunhos lindos de muita gente que a adora. A prova disso foi ver no último final de semana um salão cheio de pessoas que a amam e estavam lá pelo simples prazer de estarem ao seu lado.

Vou ter sempre saudade das nossas andanças de sábado pelas ruas de São Paulo, tardes em casa fazendo deveres de casa e passando trotes, férias passadas na piscina do prédio, brigas, unhadas e pontapés que renderam muito mais do que dores. Lembranças deliciosas.

Mas tenho que me conformar que o tempo passa, a vida muda e muitas das coisas que fizemos num passado não tão distante assim, hoje são apenas lembranças que dão lugar a novas e interessantes descobertas, pessoas e lugares.

Sei que um dia ela vai sair de casa e deixar muitas saudades, mas pra onde quer que ela vá, seja pra outro continente ou pra outro bairro, vai ter sempre uma pessoa pensando e torcendo pela felicidade dela.

Que Deus me permita poder conviver com ela por infinitos anos.

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Foi bastante curioso ler esse texto 5 anos depois. Algumas coisas mudaram nesse meio tempo.

Ela se mudou relativamente pouco tempo depois dessa data. Três anos atrás eu também fui morar sozinha. Tais mudanças fizeram com que nos distanciássemos um pouco, mas pouco mesmo. Nada que tenha alterado nosso relacionamento, apenas nossa convivência passou a ser menos freqüente.

Mas há 5 meses houve uma mudança bem mais radical. Vim morar a quase 500 km de distância dela. Nos falamos diariamente, mas nos vemos muito pouco. E numa dessas vezes, três semanas atrás, ela veio me visitar e passar 3 dias comigo. Foi um dos feriados mais felizes dos últimos tempos. Pudemos reviver várias dessas situações das quais sinto eterna falta e comprovar absolutamente tudo isso que continuo sentindo e pensando sobre ela.

E talvez tenha sido a despedida que mais me fez chorar em toda vida, curiosamente mais do que no dia em que me mudei para cá.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Final de semana fashion – parte 2 – Ou “O dia em que vi a Mariah”

Não tinha muita idéia do que vinha pela frente, e como não tinha grandes expectativas, tudo seria uma surpresa. Mas como todo início de show inevitavelmente é empolgante, as luzes se apagando, o palco se iluminando, o público se manifestando, achei legal.



Quem entrou no palco como mestre de cerimônias foi a Fernanda Lima. É uma pessoa indiferente para mim, mas dei o braço a torcer, ela estava ótima no palco, bonita, simpática, e fez muito bem a parte dela. E logicamente usou 3 vestidos lindos ao longo da apresentação.



O primeiro a se apresentar foi o Diddy, que era P. Diddy, mas que também, já foi Puff Dady, ou algo que o valha (vai ver que o sujeito tem crise de identidade).


Não gosto de rap, portanto achei o show um porre, mas felizmente foi curto, assim como todos os outros. Ninguém tocou mais do que 4 músicas.


Na 3ª música entravam os modelos desfilando um nome/grife. Nesse caso foi Versace. Ficam pouco tempo, se não me engano durante apenas uma música, e somem. Não foi um desfile que tenha me chamado atenção. Aliás, poucos chamaram. Acho que os momentos musicais foram muito mais atraentes do que os momentos fashion.



Fiquei sabendo que todas as coleções apresentadas são de temporadas passadas, nada havia de novidade. Por um lado, acho que isso foi válido, já que num lugar daquelas proporções mal conseguia ser ver as roupas. Um erro grave foi filmarem muito pouco os looks e muito mais os artistas no palco. Tanto que só no dia seguinte fiquei sabendo que modelos conhecidas como Raica, Isabelli Fontana e Ana Claudia MIchels desfilaram.



O ritmo da apresentação era bem rápido, assim que acabava um show/desfile, a Fernanda Lima entrava, fazia uns comentários, às vezes apresentava um vídeo, normalmente sobre o Rio ou sobre o festival ao redor do mundo.



Começou a segunda apresentação, a única pela qual eu tinha algum interesse, pois tratava-se do Alexandre Hercovitch, cujas criações eu curto bastante, e de uma banda chamada Stop Play Moon, da qual já ouvi falar bem diversas vezes, mas que nunca tinha escutado. Gostei muito, tanto da banda, quanto do desfile e da combinação. Na minha opinião, a mais legal da noite. No final da apresentação, como de praxe, o estilista é apresentado e entra rapidinho no palco para agradecer. No caso do Hercovitch, foi uma aparição relâmpago, dizem que o cara é super tímido. Depois fiquei sabendo que a banda substituiu o Lulu Santos. Pena, teria sido legal.



Mais uma vez a Fernanda Lima entra e apresenta a próxima atração. André Lima e Ja Rule com Wanessa Camargo (que parece não querer mais usar o sobrenome). Olha, eu tinha uma puta implicância com essa menina, mas ela me surpreendeu. Claro que não compraria um cd dela ou iria a um show, até mesmo porque não conheço sequer uma música dele, mas a menina cantou uma música bem razoável, a voz dela deu uma mudada considerável e a evolução dela é visível. Cantou uma música com o sujeito, depois cantou sozinha e não lembro se ele também cantou sozinho. O desfile não me chamou atenção.



Depois de mais uma aparição da Fernanda Lima (dessa vez já com outro vestido, lindo por sinal), entrou no palco uma tal de Ciara, da qual nunca tinha ouvido falar. Cantou rap, ou algo que o valha e foi um show que não me disse absolutamente nada. Mas nesse caso, o desfile que foi do Givenchy, de longe me pareceu bacana, mas só no dia seguinte lendo a respeito é que pude ver que realmente estava bonito.



Nova aparição da Fernanda Lima, e em seguida entrou outra cantora que para mim poderia ser a tal Ciara ali de cima (até mesmo pelo tipo de música), mas era a Estelle, que também era uma completa desconhecida pra mim. O diferencial foi que antes dela entrar, rolou um show de percussão bem bacana, com o Afro Lata. O desfile era da Lenny, que faz moda praia. De modo que foi uma profusão de maiôs na passarela. Achei bem bacana, e desconfiei ter visto a Isabelli Fontana no desfile, o que depois confirmei.



O show seguinte foi um dos que eu tinha interesse em ver, Grace Jones. A mulher é fenomenal. Não conheço nada dela, mas as músicas são interessantes, e ela tem, além de um corpão pra uma mulher de 60 anos, presença de palco. Foi legal e acho que a combinação com o desfile do Marc Jacobs foi ótima. E ele foi um estilista que não estava presente, mandou um representante brasileiro do qual nunca ouvi falar.



O espetáculo estava começando a chegar ao fim, e a platéia foi ficando histérica por causa da Mariah. Mas ainda não era a vez dela. Mais uma vez foi apresentada outra atração, uma das mais aplaudidas da noite (e uma das poucas que eu conhecia), Daniela Mercury. O show foi animadíssimo, colorido e finalmente ouvi uma música conhecida, algo que até então não tinha acontecido. Quem desfilou sua coleção foi o Lino Villaventura, que não me diz absolutamente nada, mas cujo resultado achei legal.



Depois da mestre de cerimônias cujo nome não agüento mais escrever, aparecer de novo com outro vestido, eis que para alegria de grande parte dos presentes e pra minha infelicidade, ela anuncia a Mariah Carey. Putz, que show chato! A fulana tem uma voz irritante, canta músicas chatas, estava com uma roupa horrível e que de tão justo mal permitia que ela se mexesse (algo bem irônico se levarmos em conta que era um evento de moda), e o pior de tudo, simplesmente deu a mancada de apresentar o estilista, assim como todos os artistas fizeram. Foi bem desagradável, mas infelizmente ela não chegou a ser vaiada. O desfile da Calvin Klein foi bem bonito, porém tinha muita roupa preta, o que eu achei ruim, pois não teve um contraste com o visual da Mariah, da mesma cor.



E assim terminou essa diferente noite fashion. O caminho até a saída foi tranqüilo, mas tive que redobrar a atenção por ter tomado um pouco mais do que devia e estar com a coordenação um pouco alterada. Mas felizmente correu tudo bem e em poucos minutos estávamos rindo diante de tanto carrão chique, e esperando o modesto 1.0 da minha amiga.



Ainda fomos comer pizza numa pizzaria badalada, e como estamos no Rio, não podíamos deixar de ver artista. Dessa vez foi a mais nova peladona da Playboy, a Juliana Alves, e a Paula Burlamaqui. Nada a comentar a respeito das duas.



E quando eu achei que a safra de eventos fashion havia acabado, no domingo fui convidada para almoçar num dos restaurantes mais caros e badalados da cidade. Tomei um banho, me arrumei de novo e lá fui eu provar muita comida diferente e gostosa e ter uma tarde divertida. Sem barulho, confusão, famosos e principalmente, sem música ruim.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Final de semana fashion – primeira parte

O último final foi marcado por eventos interessantes.

Tudo começou na 6ª feira, quando por volta das nove da noite, um dos meus primos me liga perguntando se eu tinha programa para sábado à noite. Diante do meu “não”, ele me ofereceu dos ingressos VIP’s para um evento do qual eu já tinha ouvido falar, mas que não me interessava tanto assim, além de ser extremamente caro, por volta de R$800.

Tratava-se do Oi Fashion Rocks, espetáculo que une shows a desfiles de moda, concomitantemente, e que aparentemente são grande sucesso na Europa há alguns anos. A parte dos desfiles muito me interessava, já as atrações musicais não, pois não gosto de nenhuma delas e algumas sequer sabia que existiam.

Mas achei que valeria a pena conhecer o evento, convidei uma amiga e sábado à noite estava toda arrumada, empolgada e cheirosa pra começar a noite.

Passamos na casa da minha tia para pegar os convites, e a nossa primeira reação foi de surpresa. Vimos que nossos assentos além de serem num lugar privilegiado davam direito a estacionamento gratuito no local, logicamente com manobrista

Ao chegarmos, pediram os convites e já direcionaram o carro para uma entrada em que estava escrito “Red Carpet”. Claro que já foi motivo para as duas bobonas começarem a rir.

Diria que a entrada, por incrível que pareça, foi um dos pontos altos da noite.
Ao descermos do carro, nos deparamos com um corredor obviamente com tapete vermelho e muita, muita agitação. Uma infinidade de câmeras, fotógrafos se acotovelando, muitas luzes, microfones em punho. Era ali que estava o bochicho.

Tive que me concentrar muito para não tropeçar nos fios, não esbarrar em ninguém e correr o risco de pagar um mico. Felizmente deu tudo certo e cheguei ao final do corredor sã e salva. O único probleminha foi que por causa dessa minha atenção redobrada, não consegui prestar muita atenção no que se passava em volta e só consegui ver o (lindo) marido da Daniele Winits, o Cássio Reis gravando uma reportagem. Só no dia seguinte descobri que ele era o entrevistador, e não o entrevistado.

Ao sair do corredor chegamos num terreno enorme, no qual tinham diversas entradas para os diversos setores, e logo vi o Paulo Borges, sujeito totalmente in no circuito da moda, mas que não era alguém que me causasse algum tipo de frisson.

Como estávamos em cima da hora e o convite dizia que o espetáculo começaria IMPRETERIVELMENTE (em maiúscula por minha conta) às 21h, nos dirigimos aos nossos lugares.

No longo e sinuoso caminho não vimos mais ninguém ou nada interessante, a não ser meninas esquálidas e com roupas de gosto duvidoso e organizadores eufóricos.

Nosso lugar era num camarote, confortável e com ótima vista para o palco, e no qual cabiam ao todo umas 12 pessoas, felizmente todas bem comportadas.

Ao sentar me surpreendi com uma bandeja cheia de bebidas, desde água a espumante num grande balde de gelo. Não seria a primeira a me aventurar nesse oásis, até mesmo porque como não sou costumaz frequentadora deste tipo de evento, não sabia o que a etiqueta diz sobre como agir. Portanto esperei que alguém tomasse a iniciativa e só aí me servi.

Foi uma decepção quando a garrafa acabou e ouvi alguém atrás de mim conversando com o garçom, que disse que aquela seria a única disponível (pouco, se considerarmos que as 12 pessoas beberiam). Mas ok, estava no lucro mesmo assim, e ainda havia uma garrafa de vodka, água, energético e refrigerante. Com sede eu não ficaria.

Eis que aconteceu algo interessante, chegou mais uma garrafa e nos demos conta de que ela estava liberada, não havia sido comprada por ninguém. E assim continuou a noite, garrafas sendo substituídas com certa freqüência, o que fez a alegria de grande parte dos presentes.

Ficamos conversando, bebendo, observando as pessoas durante 1 hora e 40 minutos, o que nos frustou um pouco, por termos entrado correndo e não conseguirmos nos divertir mais no tapete vermelho. Tudo por causa da palavra “impreterivelmente” grafada no convite, que nos fez entrar correndo. Mas não reclamei, foi divertido, vimos mais alguns poucos famosos – o Toni Garrido que já havia visto umas semanas trás conforme contei aqui e a apresentadora Glenda Koslowski, linda por sinal. Ok, não vi o prefeito e governador, tampouco o tudo de bom Oskar Metsavaht (estilista e dono da Osklen), mas estava me divertindo tanto que nem me incomodei.

Manifestações vindas do backstage animam a galera, já ansiosa depois de tanta espera. Finalmente, com quase duas horas de atraso, o espetáculo começa.

E no próximo post vou contar como foi, o que eu achei e como terminou a noite. Assim como o evento do dia seguinte, afinal como diz o título, não foi só no sábado que teve acontecimento fashion.

sábado, 24 de outubro de 2009

Lista musical

Como a minha vida por aqui já está estabelecida e nada de muito novo ou diferente tem acontecido, vou começar a mudar o foco dos assuntos do blog para não condená-lo ao ostracismo.


Achei uma listinha simpática navegando por aí, e como se tratava de música, resolvi brincar também. O fato adorar fazer listas contribuiu para essa estar aqui.


Logicamente foi difícil escolher só três músicas em cada categoria, então coloquei as primeiras que me vieram à cabeça. Muitas mereciam estar aqui, mas resolvi trabalhar o sério problema que tenho na hora de fazer escolhas e saiu o que vão ver abaixo.


Aproveito pra fazer uma confissão light. Na lista que achei era só uma música, mas não me contive e resolvi colocar três. Isso é legal para que aqueles que ainda não conhecem meu gosto musical, passem a conhecer.


Divirtam-se, surpreendam-se, critiquem, riam de mim e façam suas listas se quiserem.


1 - Três músicas que lembrem sua infância:
Balão Mágico - Superfantástico
Trem da Alegria - He-man
Vinícius de Moraes- O Pato (mas cantada não sei por quem)


2- Três músicas que lembrem sua adolescência:
New Order - True faith
George Michael - Faith
Pet Shop Boys - Always on my mind


3- Três músicas para ouvir em uma noite chuvosa:
Sinatra - Fly me to the moon
REM - Imitation of life
Radiohead - There there


4- Três músicas que lembrem seus amigos:
Depeche Mode- Never let me down again
Stop - Erasure
Skid Row - Wasted time


5- Três músicas que seus pais gostam e você também:
Qualquer uma do Sinatra
Qualquer uma dos Beatles
Garth Brooks - Standing outsider the fire


6- Três músicas que te lembrem uma paixão (não necessariamente a mesma):
Helloween - Forever and one
Led Zepellin - Kashmir
Foo Fighters - Everlong


7- Três músicas para tocar em uma manhã ensolarada:
Franz Ferdinand - This fire
Pulp - Common People
Placebo - Every you, every me


8- Três músicas que te entristecem:
Alice in Chains - Down in a hole
Maria Bethania - Grito de Alerta
Boomtown Rats - I Don’t like mondays


9- Três músicas bregas, que você assume que gosta:
Chitãozinho & Xororó com a Fafá de Belém - Nuvem de lágrimas
Rosana - O amor e o poder
Mc Marcinho (?) - Se ela dança eu danço


10- Três músicas para ouvir em um carro conversível na estrada:
Ramones - Psycho Therapy
Stratovarius - Phoenix
AC/DC - Thunderstruck


11- Três músicas que te empolgam:
Iron Maiden - Be quick or be dead
Metallica - Whisky in the jar
Cure - Friday I'm in love


12 - Três músicas para beijar ou para ouvir em momentos íntimos:

Depeche Mode - In your room/ One caress/ Stripped
Nine Inch Nais - Closer
Led Zepellin - Since I’ve been loving you


13 - Três músicas que tenham uma versão bem diferente da original e que você curta
Gamma Ray - It´s a sin
Demons and wizards - Immigrant song
Can’t get you out of my head da Kylie Minogue, numa versão gótica que ouvi UMA vez numa balada em Barcelona,. Nunca esqueci dessa música, venho tentando baixar há anos e não faço idéia de quem canta, o que dificulta bastante o processo.


14 - Três músicas que conheceu recentemente e curtiu
Gossip - Heavy Cross
Primal Scream - Get Duffy
Julian Casablancas - 11th dimension


15 - Três músicas que você não suporta
Whitney Houston - I Will always Love you
Celine Don - Aquela chatíssima do Titanic
Mariah Carey - Todas

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Um pouco de história

Um pouco sobre a minha história vocês já tem lido aqui, mas hoje resolvi contar um pouco sobre a história da origem de um bairro pelo qual eu tenho muito carinho, que é Botafogo. Foi onde morei até me mudar para São Paulo, e para onde acabei voltando recentemente.

Não é um bairro cool, como aquele onde eu morava em São Paulo. Muitos dizem que é passagem, pois é pequeno, e fica realmente num caminho entre bairros mais importantes e maiores da Zona Sul. Mas ainda assim tem seu certo encanto, nem que seja na minha cabeça nostálgica.

Passeando por aqui, é inevitável lembrar de diversos acontecimentos da minha vida, assim como tentar lembrar como eram determinadas ruas e imóveis por onde eu sempre passava.

Essa nostalgia, aliada à minha curiosidade, me fez pesquisar e descobrir informações e fotos bastante interessantes a respeito do bairro. Sou apaixonada por fotos antigas, que inevitavelmente vêm acompanhadas de histórias. Pronto, fui fisgada.

Claro que é muito mais divertido ver fotos e reconhecer os lugares em questão, mas mesmo que esse não seja o caso da maioria de vocês, acho que ainda assim vale dar uma olhada em tais fotos (cujos links estão no final do texto) e conhecer uma história interessante.

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A origem do tradicional bairro de Botafogo se confunde com a história da fundação da Cidade do Rio de Janeiro. Em 1565, na base do morro Cara de Cão, onde hoje está localizada a fortaleza de São João no bairro da Urca; o Capitão-Mor e Governador Estácio de Sá (1542-67) funda a 1º de março a "Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro".
Neste mesmo ano, Estácio começa a doar terras a colonos e agricultores para que desenvolvessem alguma cultura nas mesmas, proporcionando assim o desenvolvimento da região.

Quatro meses depois da fundação, Estácio de Sá, resolveu demarcar os limites da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro e doou a seu amigo Francisco Velho, grandes extensões de terra que abrangiam áreas correspondentes hoje, aos bairros de Botafogo, Urca, Flamengo (parte), Humaitá e Lagoa (parte).

Tal doação constituía-se num vale, formado pelos morros que foram batizados no século XVII de São João e Dona Marta, e cortados por dois grandes rios: o "Berquó" ou "Brocó", ambos ainda hoje existentes, um deles passando canalizado pelo Cemitério São João Batista e o outro passando paralelamente à Rua São Clemente, pelos terrenos de algumas mansões.

A partir de 1565, surge o primeiro nome português do local, a "Enseada de Francisco Velho". Pelo qual ficou conhecido por mais de quarenta anos.
Quando houve a expulsão dos franceses em março de 1567 e a transferência da cidade para o Morro do Castelo, a família Velho passou a residir em morada erguida onde hoje existe o imenso edifício neoclássico da "Universidade do Brasil", na Avenida Pasteur, antiga "Praia da Saudade".

O bairro acabou sendo rebatizado em 1590, quando Antônio Francisco Velho vendeu suas terras para o amigo sertanista, João Pereira de Souza Botafogo, que desde então emprestaria seu sobrenome em definitivo ao bairro. O curioso é que possivelmente esse não era nome de nascença, mas sim apelido, muito comumente dado em Portugal a homens especialistas em armas de fogo manuais. Outra versão diz que o sertanista ficou conhecido por "Botafogo", desde que foi chefe da artilharia do famoso Galeão Botafogo, o mais poderoso navio de guerra do mundo na época.

Até o início do século XIX, o bairro era praticamente despovoado e considerado uma área rural. Um oficial russo que aqui esteve descreveu-o como "uma obra-prima da natureza". De um lado, o mar. De outro, as montanhas.

Mas a chegada da Família Real à cidade, em 1808, mudou a vida do Rio, e principalmente a de Botafogo, que de bairro rural, transformou-se no local preferido pelos nobres e também pelos comerciantes ingleses que procuravam Botafogo para fixar suas belas residências, tanto que o bairro ganhou o apelido de Green Lane.

Quando chegou ao Brasil, Carlota Joaquina - a esposa de D. João VI - escolheu um terreno em Botafogo para construir sua mansão, que ficava de frente para a praia. Sua presença imprimiu um novo estilo ao bairro, que se valorizou e consequentemente passou a ter suas terras disputadíssimas.

A urbanização foi chegando devagar. Em 1847, as ruas foram tomadas por carros de duas rodas e capota puxados por animais. Vieram também as diligências e, mais tarde, o bonde de tração animal da Companhia Jardim Botânico. Em 1854, o abastecimento de água começou a funcionar e seis anos depois, a iluminação a gás veio substituir as lamparinas de óleo de baleia. Em 1888 foi fundado um enorme depósito de gás, com capacidade para cinco mil litros de gás.

Pouco a pouco, novas ruas começaram a surgir. O processo era sempre o mesmo: as ruas eram abertas pelos proprietários das chácaras e, depois doadas ao Município.

Inaugurado em 1852, o Cemitério São João Batista é um marco na história do Rio de Janeiro. Foi um dos primeiros cemitérios sem distinção de classes. Escravos e pobres eram enterrados em cemitérios de covas rasas. Nobres e ricos, em cemitérios particulares, e os religiosos nas igrejas.

A igreja mais antiga de Botafogo foi a Matriz de São João Batista, construída em 1831 e doada por Joaquim Batista Marques de Leão.

Já na metade do século XIX, o bairro ganhou colégios, clínicas, casas de pasto e um comércio. O primeiro colégio foi o Imaculada Conceição, logo seguido pelo Santo Inácio. O primeiro clube foi o Guanabarense, fundado em 1870. O Clube Botafogo, foi fundado duas vezes. Primeiro surgiu o Club de Regatas Botafogo em 1894, graças às regatas na enseada, e em 1904, nasceu o Botafogo Football Club. A união dos dois clubes só aconteceu em 1942, sob ao nome de Botafogo de Futebol e Regatas.

Como em 1903 o bairro de Botafogo era um dos mais importantes da cidade, sua orla teve um destaque especial, sendo ali abertas três pistas: duas com piso de asfalto, para automóveis; e uma de areia, para cavalos, bem como a construção de jardins floridos.

Como naquele tempo o banho de mar ainda não era um hábito comum, o prefeito aterrou totalmente a praia, a qual somente ressurgiu em pequeno trecho na década de 40 e totalmente restaurada pelo Governador Carlos Lacerda, na década de sessenta.

Infelizmente, as belas mansões que margeavam a praia foram quase todas demolidas a partir da década de cinqüenta, sendo substituídas por edifícios modernos.

O Presidente Rodrigues Alves inaugura a Avenida Central, a 15 de novembro de 1906, com uma "carreata". Em 1903, quando as obras começaram, somente existiam licenciados seis automóveis, mas na inauguração da Avenida Central e da orla de Botafogo, eram 40. Em 1906, eram 153 veículos.
Na Praia de Botafogo foi fundado, em 1909, o Automóvel Clube, mas por volta de 1903 e 1904, os ricos e excêntricos já davam suas voltas motorizadas pelo bairro.

Se antes Botafogo era local de nobres, a partir de 1900 também passou a ser habitado por operários, biscateiros e artesãos, funcionários públicos e militares, comerciantes e profissionais liberais. Ao invés dos enormes casarões, as habitações coletivas se tornaram a marca do bairro.

Somente entre 1925 e 1930 surgem as Ruas Barão de Lucena e Guilhermina Guinle, onde não existiam vilas, pois uma lei municipal já havia proibido a construção das mesmas em Botafogo. É quando começam a surgir pequenos prédios, de no máximo quatro andares

O crescimento de Copacabana e do Jardim Botânico provocou uma verdadeira explosão no comércio e nos serviços de Botafogo. Os moradores desses novos bairros tinham que ir até Botafogo por causa dos hospitais, escolas e mercados, e, retornavam às suas casas no último bonde, o de quatro e meia da tarde. Enquanto Copacabana e Jardim Botânico nas décadas de 40 e 50 registravam taxas de crescimento de 74% e 59% respectivamente, Botafogo registrava apenas 8%, se tornando a partir daí uma mera ligação entre os diversos bairros da cidade. Dizem que vem daí a expressão “bairro de passagem”.

Botafogo hoje

Atualmente, Botafogo é um bairro de classe média e média-alta com cerca de 100 mil habitantes. Apresenta cinemas, teatros, shoppings centers, boates, casas de show, museus, centros empresariais, consulados, clínicas e hospitais e algumas mansões preservadas do início do século XX e fim do século XIX. É também conhecido como o "bairro das escolas", o "bairro das clínicas" — devido à grande presença destes estabelecimentos na região.

É um dos mais importantes centros de serviços da Zona Sul, principalmente para os bairros vizinhos Hmaitá e Urca, de padrão mais residencial. Na Rua Voluntários da Pátria e suas imediações está o principal centro comercial da região, com inúmeras lojas, agências bancárias, edifícios comerciais e grandes empresas.

É onde se localiza a Escola de samba São Clemente, assim como locais importantes como o Palácio da Cidade, a Fundação Getúlio Vargas, a casa de Rui Barbosa, entre outros.

A presença da favela Dona Marta na área evidencia um contraste social, semelhante ao que acontece também na Praia de Botafogo, dividida entre shoppings, centros empresariais e alguns edifícios residenciais de baixo padrão, conhecidos na cidade como cabeças-de-porco, sendo o Edifício Rajah o mais famoso deles.

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Alguns links para álbuns de fotos antigas do bairro:

www.flickr.com/photos/andre_so_rio/444862203/

www.flickr.com/photos/8264320@N04/514795193/

www.flickr.com/photos/11124678@N02/1773179415/

www.flickr.com/photos/thomazmoore/76427114/

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Importante dizer que as informações foram tiradas dos sites: http://pt.wikipedia.org/wiki/Botafogo_(bairro_do_Rio_de_Janeiro) e http://www.amabotafogo.org.br/. Caso haja interesse, sugiro darem uma olhada principalmente no segundo, pois há muita informação interessante lá.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Novas sagas cariocas

A vida aos poucos vai se acertando por aqui. Meu apartamento está cada vez mais bonitinho, com os móveis que eu escolhi e os detalhes que o deixam com a minha cara, exatamente como eu sempre quis que fosse.

Hoje vejo que foi muito bom ter deixado grande parte dos meus móveis em São Paulo, pois acho importante recomeçar uma vida com tudo novo, algo que inclusive deveria ter feito quando fui morar sozinha na terra da garoa, mas não tive chance.

Acho que é por isso que estou me sentindo bem, realizada. As opiniões das pessoas são unânimes em relação a mim, todos perceberam que essa mudança que fiz foi para melhor. E acertaram. De modo que eu só posso ficar feliz com isso.

E, mesmo apesar de estar vivendo um lugar já conhecido, mas no qual não vivia há 18 anos, é curioso observar que algumas coisas mudam, outras não. Novidades surgem, algumas situações me impressionam, algumas mudança são constatadas e outros fatos, apenas confirmados. Falo isso baseada em experiências pessoais recentes.

Uma delas, refere-se ao sistema de entregas de mercadorias por aqui. Andei fazendo compras de móveis, eletrodomésticos e pude passar (e ainda estou passando) pela difícil experiência do precário sistema de entregas carioca.

O primeiro acontecimento foi quando numa mesma loja comprei um sofá, um móvel e uma cadeira. Loja esta, que tem uma grande cadeia por aqui, e é voltada para uma clientela de menor poder aquisitivo (o que explica ter comprado tanta coisa num mesmo lugar).

Consegui agendar a entrega para o dia em que a minha diarista estaria em casa, o que me ajudou muito. Mas a montagem dos móveis seria feita no dia seguinte, e me vi pela primeira vez no Rio envolvida com um pequeno problema para o qual precisaria de uma solução. E colaboraram. Pedi que a entrega fosse feita o mais tarde possível e que me ligassem por volta de meia hora antes. Dito e feito. No final da tarde o sujeito me liga e fui para casa a tempo de recebê-lo. E o que é melhor, sem precisar sair mais cedo e ficar me justificando.

O segundo caso de entrega, assim como o terceiro, ainda não terminou, mas
ambos já estão engatilhados.

Comprei um móvel semana passada, dessa vez numa loja bem grande e conhecida em boa parte do Brasil, e a entrega foi pré-agendada para a 2ª feira passada. Na 6ª me ligaram dizendo que precisaria ser adiada para 3ª , mas como eu talvez não pudesse receber a mercadoria nesse dia, disse que ligaria de volta confirmando a informação. Fiz isso na 2ª, mas como já estava em cima da hora, disseram que entregariam na 5ª. Perguntei sobre a disponibilidade de horário e disseram que o máximo que poderia se fazer, seria agendarem para o período da manhã ou da tarde. Como, pra variar, tenho impedimentos por causa do meu horário de trabalho e não posso perder horas do meu dia esperando tal entrega, muito rapidamente sugeriram o sábado, e eu optei pelo período da manhã para ficar logo livre do compromisso. Nada mal.

O último caso, e mais absurdo deles, envolve uma loja on-line famosíssima, que vende de absolutamente tudo, e que por conta de uma mega promoção realizada ontem, acabei comprando (finalmente) minha máquina de lavar.

Fiquei sabendo que a entrega seria feita até o dia 25, mas resolvi confirmar qual seria a data certa, para me programar. À tarde entrei no atendimento online e quando saí da frente do computador por menos de 30 segundos, ao voltar a conexão havia caído. Xinguei a oitava geração da fulana que me atendeu.

À noite, nova e sofrida tentativa. A atendente, não fez o mínimo esforço para me ajudar e de uma maneira muito sutil e educada, disse que o problema é meu e que não havia nada a ser feito. Lógico que não foi simples assim, e o processo todo durou quase meia hora. E teria durado mais, se ao perguntar se poderia ajudar em mais alguma coisa, eu não tivesse dito “Sim, você tem que me ajudar de alguma forma, porque até agora não consegui resolver meu problema, e é para isso que você está aí”. Acho que ela se revoltou e mais uma vez, a conexão caiu. Com a diferença de que desta vez, curiosamente recebi um e-mail de desculpas da empresa pelo ocorrido.

Fui dormir sem uma solução, e hoje pela manhã com a cabeça fria, resolvi a questão. Falei com o porteiro pra ver se poderiam receber e me ajudarem a levar para casa, e diante da possibilidade, vou simplesmente esperar que façam a entrega. Mas só para incomodar mais um pouco, ainda acho que vou ligar para que me informem uma data de entrega.

Eu entendo que a cidade tenha trânsito e seja complicado marcar hora certa, mas uma previsão mais concreta, é fundamental e com certeza facilitaria a vida dos clientes e os SAC’s da vida teriam muito menos aporrinhação. Duvido que com alguma organização e logística, não seja possível resolver essa questão.

Conversando sobre o assunto com a minha irmã, ela me disse algo que eu não sabia. Está sendo aprovada uma lei pela qual as entregas devem estipular um período para que nós, clientes não fiquemos à mercê das empresas, o que certamente nos traz prejuízo de alguma ordem. Tomara que isso dê certo, e em todo Brasil, não só em um estado (realmente não sei se é uma lei federal ou estadual).

O mais curioso é que a empresa pequena e mais simples, foi a que me atendeu melhor, enquanto a conhecida apresentou um péssimo atendimento, demonstrou muita má vontade e talvez tenha perdido um cliente potencial.

Agora é torcer pra dar tudo certo, as entregas serem feitas conforme o combinado e em breve eu estar com o meu cantinho arrumado.

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Personalidades da semana: Vai ser difícil alguém superar o Alexandre Borges. Mas como eu sempre vejo alguém, não posso deixar de colocar aqui, mesmo tendo que pedir help pro Google, e descobrir que quem eu vi um dia foi uma atriz (por sinal, muito bonita) chamada Francisca Queiroz.
Outro mais famoso e que não obrigou a fazer consultas, foi o Toni Garrido.
E vi ainda uma repórter da Globo que apresenta jornais locais e cujo nome não faço idéia, mas sei que ela tem voz e dicção esquisitíssimas.

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E conforme prometido, vou contar o que descobri a respeito do caso do fósforo molhado. Claro que não tem nenhum mistério e é tudo bem mais simples do que certamente todos imaginaram.
A caixa molhou porque eu sempre colocava o escorredor de louças próximo ao espaço onde costumo deixá-la. Como não estava super perto, não pensei nisso de cara, mas quando um dia cheguei em casa e vi um caminho de água, descobri de onde vinha e confesso que fiquei decepcionada, por dois motivos, não ter me dado conta antes de algo tão óbvio e por não ter um mistério de verdade pra resolver.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Eu e o apartamento

Pouco menos de quinze dias após ter me mudado, posso dizer que felizmente eu e meu apartamento estamos conseguindo desenvolver uma boa relação, claro que com alguns pequenos percalços.

Desde que me mudei, há quase 15 dias, pude observar algumas coisas curiosas, misteriosas ou até mesmo prosaicas que acontecem por lá.

No meu primeiro dia, eu voltei do trabalho, jantei, lavei a louça e fui arrumar a casa. Na manhã seguinte, quando fui pegar a caixa de fósforo ao lado do fogão, percebi que a mesma tinha sido molhada, estragando os palitos e a lateral. É aí que mora o mistério. Claro que não estava pingando nada do teto, isso seria bastante óbvio. De onde veio a água que molhou a caixa? Passei dias pensando no assunto, pedido opiniões e estava quase chamando um paranormal para descobrir o que estava acontecendo, quando tive um insight e descobri o que aconteceu. Mas vou deixar vocês também pensarem um pouco e contar sobre minha descoberta só na semana que vem.

Outro mistério envolvendo água, encontra-se no banheiro. Um dia tirei uma roupa e coloquei-a numa prateleira aberta, junto à pia. No dia seguinte a roupa estava úmida. Pra esse mistério ainda não tenho a resposta. Sei que sem se ver o ambiente fica difícil dar uma opinião mais concreta, mas se tiverem palpites, aceito.

Na primeira noite já tive um pequenino problema que acabou se mostrando um dilema a ser resolvido. Quando fui dormir, deixei a porta do quarto entreaberta para que meus gatos não ficassem do lado de fora. Eis que a circulação de vento fez a porta abrir, o que me proporcionou uma visão que me incomoda. Dependendo de onde estou deitada, eu vejo a porta da sala para a rua, o que me não me deixa ter um sono tranquilo.

Achei que havia encontrado uma solução. Coloquei um peso de porta do lado de dentro do quarto, apoiando-a para que não abrisse totalmente e deixei um espaço pros gatos circularem. Mas com o tal ventinho, a porta acabou batendo (percebe-se nesse momento que ela é indecisa, pois fica de um lado pro outro e sempre acaba batendo). Não me movi e deixei-a fechada, até que por volta das 3 da manhã, minha gata resolve ficar infindáveis e insuportáveis minutos arranhando a porta, e eu levanto para abri-la. Fechei a janela e liguei o ar-condicionado, deixando o quarto sem corrente de ar. Essa noite o problema foi resolvido.

E ainda tem um agravante sobre o qual eu não falei. Se eu abro a janela, com o vento a persiana, de um material duro e grosso, fica batendo na base da janela e fazendo barulho a noite toda. Insuportável. Ate encontrar uma solução, tenho dormido com o ar ligado nas noites quentes ou com a janela semi fechada quando está fresquinho. Mas essa decididamente não é a solução mais sensata, visto que fresquinho aqui é algo quase inexistente. Em compensação o calor também não está tão forte a ponto de justificar o uso de ar-condicionado. Preciso encontrar uma solução o mais rápido possível.

Em compensação, outros aspectos da vida solitária, muito me agradam. Consegui colocar telefone, TV a cabo e minha amada internet em casa, podendo usufruir desses benefícios como melhor me convier, sem ter que pedir permissão para nada, baixar minhas músicas, fuçar meus documentos arquivados e poder atualizar meu blog quando eu bem entender (a Internet do trabalho só me permite fazer isso pela manhã, inexplicavelmente).

Além disso, já estou com DVD instalado, o que me permitiu depois de um bom tempo de abstinência, ver um filme em casa, do qual, aliás, me tornei fã: “Dois dias em Paris”. A sinopse fala em romance, mas eu vi muito mais do que isso, e acho que morri de amores pelo dito cujo, não por ser em Paris, mas por tratar de relacionamentos e aquele temor que acompanha muitos deles, a famosa discussão, da qual eu confesso gostar.

Achei que fosse sentir falta de ler o jornal impresso todo dia ao chegar em casa como vinha fazendo. E senti mesmo, tanto que dois dias depois da minha definitiva mudança, fiz uma assinatura. Adoro poder chegar no final da tarde, abrir o jornal e ficar horas lendo o dito cujo, cortar o que me interessa e fazer anotações onde eu bem entender.

Uma “aquisição” interessante foi a contratação de uma diarista. Pagando pouco mais do que pagava em São Paulo, consegui uma pessoa (de confiança, quero crer) para limpar minha casa, varrê-la, lavar minhas roupas e principalmente fazer o que eu mais detesto, passar roupa. Santa Edith!

Outro prazer no qual ando pensando, é o de cozinhar. Não vejo a hora de começar a executar umas receitas que tenho guardadas e poder convidar umas pessoas para degustá-las (afinal, é o que se faz com comida boa !), e conhecerem meu cantinho.

Um aspecto que também me deixou muito feliz, é o silêncio que faz por lá. Não ouço nada que me incomode, seja de dia ou à noite. Adorei ficar livre, entre outras coisas, da mínima distância que separa a casa da minha tia de um bar no qual se tocava samba em altíssimo volume até meia noite! Priceless!

E não poderia deixar de comentar um dos aspectos mais legais dessa mudança, o fato de estar morando a menos de 10 minutos do trabalho, poder ir almoçar em casa, paparicar meus gatos, economizar dinheiro e ainda tirar um cochilo.

Semana passada consegui finalmente comprar alguns dos móveis essenciais para a minha sala ! Vão chegar dentro de alguns dias, o que está me deixando numa ansiedade sem tamanho. Estou tão empolgada que já comecei a procurar por outros itens que faltam e que ainda não tive como providenciar. Ao contrário do que fiz em São Paulo, quero ver logo esse apartamento arrumadinho, com a minha cara.

Enquanto isso, estou organizando a bagunça da qual ainda não consegui me desfazer, mas já pensando no futuro próximo, ou seja, o que porei em cada lugar, o que usarei ou não para decorar a casa, quais quadros vou querer usar e em que paredes. Uma coisa é certa, vou me desfazer de muita coisa, e outras vou guardar para eventualmente mudar a cara do ambiente, fazendo eventuais trocas de peças.


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Personalidade da semana:

Foi só comentar que eu sairia do bairro do Maneco e não veria mais ninguém, que numa passada por lá no último domingo, me colocou frente a frente com aquele que julgo ser um dos mais belos espécimes do sexo masculino atualmente e que sempre torci para ver por aqui durante as minhas andanças: Alexandre Borges. Preciso dizer mais alguma coisa? Sim, preciso. Dizer que por alguns segundos me senti como uma adolescente pateta na frente de um ídolo, e que só me faltou a coragem pra tietá-lo. Esse merece. Que homem bonito, charmoso, discreto! E que sorriso! Fui para casa mais bem humorada do que eu já estava.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Semana de fortes emoções

Os últimos dias foram, com certeza, os mais aguardados dos últimos dois meses.

Conforme eu havia dito no post anterior, fui a São Paulo buscar minha mudança no final de semana anterior. Voltei no domingo, exausta e na 2ª feira fui receber a mudança no novo apartamento.

Passei o dia inteiro com a minha tia fada madrinha tirando tudo das caixas, tentando arrumar nos armários, limpando o pó que insistia em me fazer espirrar, e por volta das 8 da noite resolvemos encerrar o expediente, pois nossos corpos e mentes não davam mais conta de pensar e trabalhar.

Apesar da imensa vontade de me mudar definitivamente e dormir na minha saudosa cama, achei mais prudente passar essa última noite na casa da minha tia e descansar um pouco antes de começar a enfrentar o próximo round.

Na 3ª feira o dia demorou muito a passar e ao sair do trabalho, fui fazer compras para abastecer a casa vazia. Aliás, o supermercado merece observações. Eu, que estava acostumada com um daqueles de bairro, pequenos, onde todos os caixas já me conheciam e já sabiam de cor meu endereço para entregas; me vi diante de um hiper extra supermercado, onde perdi mais de uma hora, quando não teria levado mais de uns 20 minutos se fosse no “meu” antigo. Sem falar que me frustrei ao não encontrar algumas marcas com as quais já havia me acostumado, e me dar conta de que esse é mais um ponto com o qual lidar daqui pra frente, me adaptar a essas pequeninas mudanças.

Foi um prazer inenarrável fazer essas compras, arrumar tudo na geladeira e nos armários e depois poder preparar o meu jantar. Não tenho do que me queixar em relação às refeições na casa da minha tia, mas é inegável que estar na minha casa preparando a minha comida, é algo pelo que estava ansiando há algum tempo.

A noite (e o resto da semana) foi de muito trabalho, que, aliás, parece não acabar nunca. É um processo gostoso, mas cansativo, estudar os armários e tudo que tenho, para saber como e o que guardar em cada lugar. Uma semana depois, ainda tenho muita coisa de fora e pelo que vejo ainda vai demorar um pouco até conseguir guardar tudo.

Finalmente a semana foi chegando ao fim, minhas passagens estavam compradas para mais uma ida a SP, mas ainda tinha algo importantíssimo a ser resolvido. Queria e precisava trazer meus felinos.

Na 5ª feira passei horas dando telefonemas e mobilizando pessoas a fim de conseguir definir esta questão, por sinal, bastante cara e burocrática. Para minha felicidade, no final da tarde estava com absolutamente tudo acertado para trazê-los comigo.

Tanto a saída do Rio, quanto a chegada em São Paulo não foram das mais tranqüilas, devido ao intenso movimento nas rodoviárias por causa do feriado, mas chegar em casa e ver meus pais, valeu todo sacrifício. Mais tarde foi a vez da minha irmã chegar, e então a felicidade se tornou praticamente completa. Só faltava meu cunhado, e como só o veria dois dias depois, tratei de aproveitar minha irmã, momentaneamente solteira.

Foi o melhor feriado dos últimos tempos. Fui paparicada pela família, vi amigas das quais estava com saudades, recebi elogios, conheci um restaurante novo, dei muita risada, dormi pouco, comi menos do que imaginei, gastei mais do que gostaria e, o melhor de tudo, pude perceber que apesar de sentir muita falta da família, estou feliz e em paz comigo mesma. Sentir saudade é bom, principalmente quando sei que ao chegar em casa, vou encontrar pessoas amadas de braços e corações abertos para mim.

A viagem de volta foi um pouco triste. Chorei bastante, numa mistura de coração apertado e alegria. Mas cheguei bem, assim como meus gatos, que se readaptaram a mais uma mudança na vida deles. Hoje, dois dias depois, estão vivendo como se já conhecessem minha nova casa há tempos.

Os desafios não terminaram. Na verdade, não terminam nunca. O próximo passo será comprar alguns móveis para o apê, pregar quadros e ajustar alguns detalhes. Em meio a tudo isso, vou passar os próximos 8 finais de semana enfurnada* numa sala de aula estudando para um concurso importante, e que consequentemente deverá me afastar bastante da vida virtual. Mas na medida do possível, vou atualizar o blog, nem que seja com textos escritos há algum tempinho e já publicados.

E, sem a mínima dúvida, ficarei impossibilitada de viajar e de receber visitas, de modo que só em novembro poderei rever as pessoas de Sampa. Torçam por mim, serão dois meses extremamente importantes para o meu futuro.

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Personalidades da semana:
Dessa vez posso dizer que vi alguém realmente famoso.
Começando pelo de menor importância, vi o Rodrigo Hilbert (também conhecido como marido da Fernanda Lima) e alguém que estava de costas e talvez fosse a supracitada moça.
Vi no aeroporto do Rio, o Jorge Benjor. Figura estranha, pequenininho, apagado e com um tique nervoso na boca.
E em São Paulo vi o Felipe Massa. Esse sim me surpreendeu, negativamente. Estava com a mulher grávida (por sinal, muito mal cuidada) e com cara de poucos amigos, talvez não querendo ser importunado por causa de perguntas referentes ao acidente e ao olho recém operado. Mesmo passando ao meu lado, por alguns segundos tive dúvida se era realmente ele, pois achei o dito cujo mal vestido e muito, muito pequeno. Tinha impressão dele ser maior, ou pelo menos mais musculoso. E mais simpático também.

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* Piada interna: Espero que tenham sacado o uso de duplo sentido desta palavra.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Comemorações

O último final de semana foi bastante atípico. Eu que costumava viajar para o Rio, deixei a cidade maravilhosa e viajei para a terra da garoa.

Minha ida tinha dois motivos, uma mega festa (que por sinal foi ótima), e o principal deles, a miha mudança.

Depois de passar dias escolhendo a transportadora, ter conseguido um bom preço e condições de pagamento bastante interessantes, rumei a São Paulo na manhã de 6a. Cheguei lá por volta de meio dia e passei quase toda tarde com a prestativa Zeni, arrumando meu apartamento para deixá-lo pronto para ser invadido por um exército de homens que em 48 horas estaria entregando tudo no Rio.

Essa parte do trabalho foi bem mais fácil do que pensei. Em menos de 4 horas, nós duas colocamos uns 95% de um apartamento de 40 e poucos metros quadrados na sala.

Ao ir mexendo em cada canto, em cada armário ou gaveta, momentos diversos me vinham à memória. A maioria deles agradável, alguns nem tanto. Mas todos fizeram parte da minha vida durante os exatos 2 anos em meio em que vivi lá.

Tive uma sensação muito estranha ao ver minha casa sendo desmontada, mas inicialmente, envolvida pela agitação do momento, nem tive tempo para pensar no assunto.

Sáabdo, logo após a mudança, com a sala ocupada apenas por alguns poucos móveis que resolvi não trazer, sentei no sofá e tive uma crise de choro. Devo ter ficado 10 minutos chorando copiosamente, ao me dar conta de que muito provavelmente aquela seria a última vez que pisaria naquele apartamento, que teve um significado importantíssimo na minha vida. Momentos inesquecíveis foram vividos ali, motivo pelo qual é um lugar inesquecível para mim. Como diz a minha prima, é um luto que eu estou processando (ou algo que o valha).

O curioso é que acho que tal luto ainda não foi processado. Prova disso, foi algo que me aconteceu ontem. Estava em casa arrumando minha recém chegada mudança, quando pensei em ir a um lugar no dia seguinte. Eis que de repente me dou conta de que tal lugar é em São Paulo, e não no Rio. Não creio que tenha sido um bom sinal.

Estava tão mexida e tão cansada com essa mudança, que durante os dois dias e meio que fiquei em São Paulo, fui protagonista de alguns episódios, no mínimo engraçados.

No domingo, depois de uma super festa e uma noite mal dormida, fui chamar o táxi que me levaria ao aeroporto. Ao ser perguntada sobre o meu destino, não pensei duas vezes e disse "Santos Dumont". Só me dei conta da besteira quando a atendente perguntou onde ficava tal rua. Comecei a rir e disse que era Congonhas, ainda tentando explicar que havia confundido os aeroportos.

Quando cheguei lá e desci do táxi, peguei um daqueles carrinhos para mala, e andei uns 50 metros, até que um sujeito veio me mostrar que eu estava levando dois carrinhos em vez de um! Me senti tão pateta que devo ter ficado roxa de vergonha e com vontade de abrir uma cratera no chão para eu entrar e sumir. Como as pessoas normalmente me olham quando eu ando, não percebi se naquele momento estavam me olhando por causa do meu andar ou por causa do carrinho duplo. Ou ambos, o que é bem mais provável. Nem havia me dado conta do que fiz, mesmo tendo sentido que aquela mala estava estranhamente pesada.

Passada a vergonha, chego no check-in, e protagonizo mais uma cena ridícula. Quando me perguntaram para onde estava indo, pensei por alguns segundos (o que já denota meu estado mental lamentável), e soltei a pérola do dia: "São Paulo". A coitada da menina ficou meio sem graça e me disse "Senhora, acho que você está indo para o Rio, aqui é São Paulo". Eu só disse "Ah é", e mais uma vez pensei em me enfiar naquela cratera no chão.

Felizmente essa foi a última gafe do dia. O voo saiu rapidinho, cheguei rápido ao Rio, mas ao entrar no táxi, doida pra chegar em casa e dormir, fiquei sabendo que o trânsito estava caótico por causa da demolição de um elefante branco bem perto do meu destino, o que fez com que o trajeto de uns 20 minutos e no máximo R$ 25, se transformou num martírio de quase 1 hora e meia e um rombo de R$ 47 !

Cheguei em casa cansada e irritada, mas com um almoço me esperando e uma cama deliciosa na qual dormi por 5 horas seguidas em plena tarde de domingo, para no dia seguinte estar inteira e encarar a nova etapa da mudança.

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Personalidades da semana: Vi no aeroporto o baterista e o baixista do Skank. E só. Aliás, agora que estou morando num bairro menos Manoel Carlos, a probabilidade de ver famosos foi radicalmente reduzida.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Bati o martelo !

A pressa, o excesso de trabalho e de afazeres diversos são os culpados pelo atípico tamanho do texto de hoje, bem como pela demora em trazer a notícia sobre o veredicto da saga do aluguel.

Não foi uma decisão fácil, surgiram várias dúvidas, opiniões contrárias às minhas, prós e contras de cada um deles, noites mal dormidas e, principalmente, medo de me arrepender.

Mas como alguma decisão tinha que ser tomada com certa urgência, ponderei, conversei com os mais chegados e optei por aquele que me pareceu ser a melhor escolha.

Depois de muita negociação e muito choro (literalmente), acabei fechando negócio no final da semana retrasada. Apesar das dificuldades apresentadas inicialmente, optei pelo apartamento de C., pois tinham alguns detalhes no do Sr. J que decididamente não me agradavam e muitos no de C. que me encantaram.

Já estou com as chaves, contrato assinado e agora é só aguardar a mudança definitiva.

Ao menos toda essa novela teve algumas vantagens, aprendi um pouquinho sobre leis e principalmente contratos de aluguel, que até então era um assunto totalmente novo para mim. E ainda, mesmo que de uma maneira não muito ortodoxa, acabei estudando um pouco sobre negociação.

A outra notícia é que eu vou fazer uma passagem relâmpago por São Paulo, onde vou ficar 48 horas, fazer a tão aguardada mudança, ir a uma mega festa e tentar ver algumas pessoas. Depois, logicamente voltar para o Rio e descansar durante o domingo, para na segunda feira me mudar definitivamente. Ou quase, já que ainda não será dessa vez que trarei meus felinos.

E como nas próximas semanas entrarei numa fase bastante agitada, é muito provável que um novo texto demore a aparecer. Notícias, novidades e curiosidades não faltam, mas tempo sim. De modo que, para não deixar de atualizar o site com certa frequência, resolvi eventualmente publicar textos meus que durante alguns anos escrevi para o site do site do meu amigo Muta, o Idéias Mutantes.

Esta semana a mini-coluna Personalidade da Semana simplesmente não dará as caras, pelo simples fato que mesmo indo à praia, à feira hippie e ao shopping mais freqüentado por famosos no Rio, não vi absolutamente ninguém conhecido.

Sampa, aí vou eu !!!!!!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A saga do aluguel

Eu havia selecionado uns assuntos para o post dessa semana, mas diante dos últimos acontecimentos, resolvi adiá-los e contar sobre a saga do aluguel.

Já comentei aqui sobre algumas das dificuldades em se alugar um apartamento nas condições que quero/posso/preciso. Não que eu seja exigente, muito pelo contrário, mas como a oferta de apartamentos no Rio e principalmente em Botafogo são escassas, não é nada fácil conjugar o querer, o poder e o precisar. Com isso em mente, conformada com a dificuldade, a família se uniu em busca de algo que me atendesse.

Eis que pouco depois de um mês procurando, encontramos aquele que parecia ser o apartamento ideal. Fiquei muito entusiasmada, pois foi muito mais rápido do que previa. Pertíssimo do trabalho (duas quadras), em perfeito estado, cheio de armários, tela nas janelas, aluguel razoável pros padrões cariocas e sem praticamente nenhum defeito. Apenas chão e armários que eu não colocaria na minha casa, mas que não comprometem o conjunto da obra.

Fui visitar tal apartamento com meus tios, e todos ficamos animadíssimos. No mesmo dia voltamos a entrar em contato com o proprietário, um senhor de meia idade muito educado e simpático; que, modéstia à parte foi, com a minha cara e disse que alugaria o imóvel para mim. Rapidamente providenciamos toda documentação necessária, e alguns dias depois estava tudo nas mãos do sujeito.

Ele então saiu da linha de frente e a partir daí, quem assumiu as negociações, foi a filha C. que mora em outro estado e é a proprietária do imóvel. E nada disso foi novidade para nós, já que desde o primeiro momento tivemos tal informação.

Não sabíamos ainda, mas estava começando nosso calvário. Recebemos o contrato de aluguel e ao darmos início à leitura do mesmo, nos deparamos com cláusulas que nos pareciam absurdas, pois só favoreciam à proprietária. A pobre da inquilina seria uma sofredora nas mãos de uma tirana se aceitasse tais termos.

Como nenhum de nós entende de leis, optamos por procurar um advogado conhecido, que muito gentilmente nos deu, gratuitamente, valiosas dicas a respeito de contratos e algumas leis. E para nossa surpresa, havia muito mais absurdos do que detectamos.

O sujeito listou uma série de alterações que deveriam ser feitas, de modo que deixasse o contrato justo para ambas as partes. Fizemos isso e reenviamos o contrato para que a proprietária opinasse. Nossa opinião inicial era de que ela era uma pessoa dura na queda e não aceitaria nossas condições.

Felizmente ela pareceu concordar com grande parte das alterações, mas em relação a outras estava irredutível. Foi preciso muita conversa e o poder das palavras dos meus tios para que ela finalmente aceitasse nossas condições.

Essa negociação se arrastou por quase duas semanas e só na tarde do domingo passado, obtivemos essa resposta positiva. Minha tia já estava comemorando, mas eu preferi esperar assinar o contrato antes de vibrar.

Estava certa. Na noite de domingo, quando a ida ao cartório para validação da documentação e posterior ida ao apartamento para vistoria e entrega das chaves já estavam combinadas com o simpático pai da C., ela passou um e-mail com o laudo de vistoria. Surreal. Essa é a palavra que nos veio à cabeça quando lemos o documento. A proprietária entrou em detalhes mínimos de absolutamente tudo que havia dentro do apartamento, e segundo ela, no final do contrato o apartamento deveria ser entregue EXATAMENTE como foi alugado.

Convenhamos, algo impossível. O tempo e o uso se encarregam de desgastar naturalmente as coisas, e ninguém está livre de um arranhão, uma sujeira, uma topada numa parede ou no piso.

Ficamos chocados com o nível de exigência dela, e foi nesse momento que meu pai, até então acompanhando de longe a saga, resolveu na manhã de segunda-feira entrar em contato com C. para tentar negociar com ela algo mais plausível. Em princípio ela aceitou, mas nos surpreendeu quando à tarde enviou o contrato com tais mudanças, mas que no fundo estavam querendo dizer a mesma coisa, ou seja, que eu seria responsável por qualquer pequeno, micro, invisível dano no imóvel. Ai de mim se esbarrasse numa parede!

Diante da irredutibilidade de C., meu tio entrou em contato com o sensato pai dela, e ouviu a pergunta: “E então, como ficamos?”. Claro que deu a única resposta possível, e aplaudida pela família: “Não ficamos.”.

Estaria encerrada a saga, se à noite C. não tivesse ligado para minha tia, voltando atrás e tentando re-re-renegociar a redação do contrato. Minha tia já exaurida, disse que naquele dia não teria mais condições de discutir o assunto, e deixou para hoje, quarta feira a decisão, já que a proprietária ontem estava fora durante o dia inteiro e só hoje estaria de volta.

Como se nada disso fosse suficiente, entrou mais um personagem na história. Na segunda feira, após as sábias palavras do meu tio para o pai de C., minha tia recebeu um telefonema há muito esperado, do Sr. J. Ele é o proprietário de um apartamento na mesma rua onde morei quase toda minha vida e com quem minha tia havia tentado negociar no início de nossa busca, após ter visto e gostado do tal imóvel. Como encontramos um apartamento legal e estava dando tudo certo, o Sr. J foi deixado de lado, até a tarde de segunda, quando as negociações com C. aparentemente haviam encerrado. Ela resolveu contatá-lo na esperança de que ainda não tivesse alugado seu imóvel. Eis que com o dito cujo ainda vago, minha tia vibrou e praticamente garantiu que o alugaríamos.

No dia seguinte fui com ela visitar tal apartamento. Voltei para o trabalho e passei o dia pensando nos dois, nos prós e contras de cada um.

Hoje C. vai ligar para minha tia e tentar uma negociação. Sr. J está aguardando uma resposta.

E você, caro leitor, vai ter que aguardar até a semana que vem para saber o que foi decidido e quem ganhou essa, C. ou Sr. J.

E me desejem boa sorte !

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Personalidades da semana: Catarina Abdalla (atriz – a amiga da Zelda Scott no inesquecível Armação Ilimitada), Fause Haten (estilista), Antonio Pedro (ator baixinho, das antigas), Leila ( jogadora de vôlei), Renata Ceribelli (apresentadora), Yuka (baterista e ex integrande d’O Rappa, que foi baleado na Tijuca uns anos atrás e ficou paraplégico)

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Observações aleatórias sobre o Rio de Janeiro e a vida por aqui

Esta semana não há grandes novidades a serem contadas, pois nada muito interessante aconteceu. Mas uma vida nova sempre traz algumas surpresas e descobertas e, além disso, eu andei vivenciando alguns episódios curiosos e constatando alguns fatos que achei legal compartilhar.

- Os ônibus que pego, estão sempre inexplicavelmente vazios, a ponto de um dia o trocador virar pra mim e perguntar onde eu (a única passageira) desceria para não ter que parar num trecho onde praticamente nunca há ninguém entrando nos coletivos.

- Os trocadores são, de modo geral, excessivamente simpáticos. Estão sempre bem humorados, são educados e adoram conversar com qualquer um que entre no ônibus. E os motoristas costumam agir assim também.

- Nunca vi ninguém vendendo ou pedindo nada dentro dos ônibus, e parece que essa não é mesmo uma prática comum por aqui. Em São Paulo, seria improvável durante um mês inteiro não presenciar isso pelo menos umas 10 vezes.

- Semana passada estava um pouco deprimida, e numa conversa com a minha irmã, ela me aconselhou ligar para algumas pessoas, dar uma agitada na vida. A pessoa escolhida no dia foi minha avó paterna, a quem acabei indo visitar. E o melhor de tudo, foi que minha tia (com quem ela mora), me “intimou” a ir lá toda semana jantar com a família, com direito a palpitar no cardápio. Hoje é dia, de novo! Vale dizer que não vou pelo jantar e sim pelas companhias, mas que é bom uma comidinha diferente toda semana, isso não posso negar.

- Enquanto estiver na casa da minha tia, cinema será programa semanal, já que "moro" em frente a um.

- Falando em cinema, o cheiro que pipoca que sai diariamente de lá, está começando a me enjoar. E olha que gosto muito desse cheiro, apesar de não ser fã de pipoca.

- Preciso me controlar para não comentar que acho absurdo o frio que as pessoas sentem quando está fazendo 20ºC. Saem com grossas jaquetas, cachecóis, gorros e todo aparato de inverno a que tem direito. E eu com, no máximo, uma camisa dobrada na altura do cotovelo. Estou até cedendo minhas roupas de frio pra minha mãe e minha irmã, já que decididamente não vou usá-las por aqui.

- Estou roxa de saudades dos meus gatos, mas a ausência deles está me trazendo alguns benefícios. Não perco preciosos minutos limpando seus pelos nas minhas roupas e economizo um pouquinho não tendo que comprar tantos rolinhos.

- Fiquei muito feliz semana passada, quando fui finalmente para minha primeira balada carioca, e voltei para casa às 3 da manhã. A parte chata, foi ter que chegar em absoluto silêncio para não acordar ninguém, não poder ligar o computador e não poder deixar tudo jogado no banheiro para arrumar no dia seguinte. Me desacostumei à vida em família, mas isso não chegou a ser um problema.

- O mar me acalma. Nada como sentar de cara pra ele, ouvindo aquele som inebriante das ondas e esquecer da vida. Tem sido minha terapia.

- Grande parte dos restaurantes onde vou almoçar, fica vazia mesmo depois do meio dia, considerado horário de pico. A comida de todos é ótima, o preço idem, e realmente ainda não entendi o motivo.

- Algumas das placas de rua têm explicações a respeito dos nomes das mesmas. Ainda não reparei se são todas, pois como é algo que só se vê de muito perto, torna-se inviável ficar checando cada uma delas. Aliás, isso seria um tanto obsessivo. Se bem que eu sou curiosa e um dia resolvi procurar os nomes das ruas de algumas pessoas em São Paulo. Essa informações teriam me poupado um pouco de tempo.

- Percebi que muitas manicures tem o hábito de tirar as pontinhas dos esmaltes, deixando as unhas branquinhas. Quando fizeram isso pela primeira vez, estranhei, pois só vi depois de pronta, mas nem questionei. Depois pude perceber que é uma prática comum, e até gostei, pois disfarça melhor qualquer descascada no esmalte escuro, algo bastante frequente.

- Como ainda não pude trazer todas as minhas coisas para cá, estou usando as mesmas roupas, sapatos, bijuterias e perfumes há um mês. E apesar de não ter me incomodado tanto, pude perceber que tenho mais coisas do que realmente preciso/uso.

- E last, but not least, uma informação relevante. Hoje faz exatamente 1 mês que me mudei.

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Personalidade da semana: Márcia Cabrita.


PS: Me perguntaram porque em vez de “personalidade”, não coloquei a palavra “celebridade”. Acho que o nome acima, com todo respeito, responde à pergunta. Prova disso, foi que as duas amigas que estavam comigo no momento, não se deram conta de quem era a dita cuja. Em caso de dúvidas, favor acessar o Google.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Em busca do apartamento sagrado

Semana passada, pela primeira vez na vida, fui visitar um apartamento para alugar. Já tinha visitado apartamentos com essa intenção em inúmeras ocasiões, mas não à procura de um lugar para mim, eram sempre visitas com a família, e apesar de sempre ter podido dar minhas opiniões, as mesmas não eram necessariamente decisivas para a escolha.

Porém agora há um detalhe em jogo, eu é que devo dar a palavra final. Além de ter que saber tudo que é importante num processo de aluguel. Mas a minha inexperiência no assunto me deixa bastante insegura. Há perguntas óbvias, mas outras nem passam pela minha cabeça, e felizmente tenho meus tios ao meu lado para me ajudar.

Se em cidades grandes temos a preocupação de não morar em lugares perigosos, aqui no Rio, esta atenção deve ser redobrada, pois há um agravante. As favelas ficam nos morros em meio à cidade, o que significa que pode-se encontrar um apartamento legal, com um preço justo, mas cujas janelas ou varandas tem vista pra favela. E a questão da vista nem é o maior problema, e sim minha segurança, que fica em risco por conta de balas perdidas. Não, obrigada, não quero viver agoniada sem poder usufruir de uma varandinha e ficar me preocupando com meus felinos serem baleados por traficantes da favela ali do lado.

Esse é um motivo que já me fez desistir de alguns imóveis. Mas não é o único. Descobri por exemplo, que o ritmo de trabalho aqui, é decididamente mais lento do que em São Paulo. Um ótimo (e estapafúrdio) exemplo que tive disso, foi quando entrei em contato para agendar uma visita a um dos imóveis e o suposto corretor disse que só poderiam me mostrar o local duas vezes por dia, nos “convenientes” horários das 10 da manhã, ou das 3 da tarde ! Aí questionei sobre a possibilidade de se fazer isso no horário do almoço, algo bastante sensato na minha opinião. Mas só na minha, pois segundo esse sujeito, a pessoa que mostra o apartamento, também precisa almoçar nesse horário ! Tentei mais um horário, que era a única possibilidade que restava e também me pareceu normal, no final de semana. Quase pude sentir uma risada irônica do outro lado da linha ao ouvir um lacônico “não dá”. Eis que minha maravilhosa e querida tia, ligou em outra oportunidade e finalmente conseguiu marcar às 3 da tarde, horário em que poderia fazer essa gentileza para mim. Mas se pensam que ela conseguiu, estão enganados. A moto da pessoa que ia mostrar o local, pifou e ele não pode ir. Ao menos teve a decência de avisar antes. É ou não é desinteresse do proprietário mostrar o apartamento?

Algo que também pude observar é que encontrar prédios com placas de “aluga-se” ou “vende-se” é quase impossível. O motivo ainda é outra incógnita para mim e até mesmo para os cariocas.

Esta semana surgiu mais uma possibilidade a ser verificada em breve, alugar um apartamento na rua onde morei na minha infância. Seria um sonho, morar num lugar bastante conhecido, perto de uma grande amiga, perto do trabalho e com absolutamente tudo de que preciso ali do lado.

Melhor que isso, só morar no mesmo prédio onde cresci e vivi grande parte da minha vida aqui, mas só ganhando na Mega Sena ou herdando uma herança. Então me contentarei em morar na mesma rua. Se bem que diante da situação, morar no bairro já vai ser uma grande vitória.

Pensando bem, encontrar um apartamento morável e pagável no Rio de Janeiro já me deixaria feliz. A luta continua e, pelo visto, ainda por um bom tempo.

Ao menos toda essa busca está se mostrando válida por um motivo. Estou ficando calejada, esperta. Sei que determinado valor para um apartamento de 1 quarto, se é barato demais, apresenta algum problema. Em alguns é a falta de elevador e o apartamento no 4º andar. Outro era perto de uma região perigosa e cheia de mecânicas. E vários deles, como já perceberam, perto da favela.

Mas Rafa não desiste, afinal precisa ter sua vida de volta. Só que com a dificuldade que essa cidade tem em não colaborar, a tarefa vai ser longa e exaustiva.

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PS: O dia mal começou e já li algo que me deixou frustradíssima. Não vai ter mais show do Depeche Mode no Brasil, um dos eventos que eu mais esperava e que significaria MUITO pra mim. Nem a economia de dinheiro que farei por conta disso me deixou mais animada. Ainda não estou acreditando.

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PS2: Vou criar a partir de hoje uma nova e micra coluna, a “Personalidade da Semana, já que nesta cidade é comum vermos pessoas conhecidas. Falar ou não sobre cada uma delas e contar as circunstâncias em que as vi, vai depender do momento. Hoje, por exemplo, não entrarei em detalhes, mas prometo em breve voltar ao assunto. Portanto, fiquem hoje com a sucinta estréia:

Personalidade da semana: Elza Soares.

terça-feira, 14 de julho de 2009

18 anos, 4 meses e 12 dias

Este foi tempo que durou minha permanência em São Paulo. Por uma questão de pouquíssimos meses, ganha do tempo em que vivi no Rio na 1ª fase, 18 anos e 4 dias. Inclusive minha história, assim como a do mundo, agora se divide em fases, ou seja, Rio Fase 1, São Paulo e - há exatamente 2 semanas – Rio fase 2 !

Logicamente minha nova vida tem sido bem diferente da que levava em São Paulo, principalmente nos últimos dois anos e meio, quando fui morar sozinha. Estou tendo que me readaptar à convivência em família, que felizmente está sendo mais fácil do que imaginei.

Apesar de praticamente me sentir em casa, de estar sendo muitíssimo bem tratada e até um pouco mimada (minha tia madrinha fez questão de saber como é meu café da manhã pra comprar tudo igualzinho), não posso negar que estou sentindo falta dos meus gatos, da dupla computador/internet, das minhas roupas e bijuterias, das minhas manias, dos meus perfumes, de poder trocar de canal durante um programa chato, da minha cama de casal, de um sono silencioso (a rua onde estou é bem barulhenta, assim como o ronco da vovó ao meu lado) e de diversos detalhes que não chegam a incomodar, mas nos quais venho pensando com mais intensidade a cada dia. Me desacostumei, por exemplo, a ligar pra avisar a alguém que vou chegar mais tarde, algo que tive que acabar de fazer, pra não deixar todo mundo de cabelo em pé se às 7 da noite eu ainda não estiver em casa.

Já disse que sinto falta do meu computador, mas ao mesmo tempo, constatei que ficar menos horas do dia sem o dito cujo e consequentemente sem Internet, me leva a ler mais, a dormir mais cedo, a não ter vontade de ficar em casa e acabar indo andar na praia.

Em compensação, uma série de outras coisas está sendo interessante (re)descobrir. Não sei dizer se é algo de que nunca me dei conta ou se a minha nova condição de moradora da cidade me fez perceber, mas me impressionou o fato das pessoas aqui te julgarem menos, de um modo geral. Não sei se é a “vibe” da cidade que deixa as pessoas mais simpáticas e menos sisudas do que em São Paulo e, portanto, mais abertas, mas é evidente a postura mais light dos cariocas em comparação à postura do paulista.

Pude também relembrar de probleminhas que só a convivência em família permite contornar, como solicitar que o homem da casa abra aquele pote impossível, que troquem aquela lâmpada queimada lá no alto ou poder pedir emprestado a alguém da casa, aqueles centavos trocados para o ônibus da manhã.

Por falar em ônibus, esse é um assunto que continua sendo um mistério pra mim nessa cidade. Ninguém ainda conseguiu me explicar o motivo de haver mais de um valor para a passagem. Algumas custam R$ 2,20 (no post passado, erroneamente comentei que o preço normal da passagem é R$ 2,10), mas já peguei algumas vezes, ônibus cuja passagem é R$ 2,35. Sim, claro que poderia ter tirado a dúvida com o (a) trocador (a), mas só lembro disso quando estou escrevendo meu texto, nunca quando estou na catraca.

Pontos de ônibus são um caso à parte, algo que até alguns cariocas já me disseram. Nunca se sabe se naquele ponto, determinada linha para ou não. Mesmo que não pare, se você estiver lá por engano, e o motorista de bom humor, é bem provável que ele resolva ser legal e te deixe entrar. Porém, o que não dá pra entender é quando você está no ponto, sabe que o ônibus para ali, mas ele simplesmente passa lá do outro lado da rua e te deixa com cara de boba. Pensando bem, isso não acontece no Rio, mas aqui vejo isso com muita freqüência. Só vivenciando o dia-a-dia da cidade para aprender essa curiosa dinâmica. É inexplicável também como as linhas que pego para vir trabalhar, são incrivelmente vazias. Posso escolher onde sentar, mesmo no horário do rush, algo impraticável em São Paulo. Sem falar que os trajetos que faço por aqui, podem não ser pela praia, mas me permitem ver o Cristo, o céu quase sempre azul e eventualmente a Lagoa durante o pôr do sol. Cena esta que uns 3 dias atrás me fez derrubar minhas primeiras lágrimas depois da minha vinda. Um misto de melancolia, saudade de São Paulo e nostalgia proporcionada pela música que tocava no meu MP3, totalmente 80´s.

Estou sentindo muitas saudades da minha família, apesar de falar com todos frequentemente. Não é como estar junto, mas alivia um pouco a dor. Apesar dos pesares, estou muito feliz com a minha escolha. Penso muito no crescimento que essa mudança tem me trazido (e com certeza ainda trará) e tenho a sensação de que fiz a melhor escolha que poderia ter feito diante da situação em que me encontrava. Felizmente, até o momento, não bateu arrependimento, e só temo que isso aconteça no vindouro calor senegalês que se aproxima, mas isso se torna pequeno quando penso em desemprego, instabilidade ou problemas desse nível que teriam me atingido caso não tivesse encarado esta mudança.

Ainda é cedo para fazer grandes avaliações, mas ouso dizer que por enquanto estou feliz com a vida que estou levando. O Rio é uma cidade linda, calorosa (e calorenta também), familiar e mesmo assim, cheia de surpresas e situações agradáveis e curiosas. Quase impossível não gostar. Onde mais eu poderia ver em tão pouco espaço de tempo, famosos tão distintos quanto Daniele Winits, Tonico Pereira, José Dirceu e outras várias sub-celebridades?

Tem coisas que só o Rio faz por mim, e a verdade é que eu ainda estou naquela fase de namoro com a cidade, com o emprego, e em breve espero estar também me sentindo assim em relação à minha casa, cuja incessante busca, começa dentro de meia hora!

E isso com certeza dará assunto pra um próximo texto. É voltar aqui pra ver!