quarta-feira, 29 de julho de 2009

Observações aleatórias sobre o Rio de Janeiro e a vida por aqui

Esta semana não há grandes novidades a serem contadas, pois nada muito interessante aconteceu. Mas uma vida nova sempre traz algumas surpresas e descobertas e, além disso, eu andei vivenciando alguns episódios curiosos e constatando alguns fatos que achei legal compartilhar.

- Os ônibus que pego, estão sempre inexplicavelmente vazios, a ponto de um dia o trocador virar pra mim e perguntar onde eu (a única passageira) desceria para não ter que parar num trecho onde praticamente nunca há ninguém entrando nos coletivos.

- Os trocadores são, de modo geral, excessivamente simpáticos. Estão sempre bem humorados, são educados e adoram conversar com qualquer um que entre no ônibus. E os motoristas costumam agir assim também.

- Nunca vi ninguém vendendo ou pedindo nada dentro dos ônibus, e parece que essa não é mesmo uma prática comum por aqui. Em São Paulo, seria improvável durante um mês inteiro não presenciar isso pelo menos umas 10 vezes.

- Semana passada estava um pouco deprimida, e numa conversa com a minha irmã, ela me aconselhou ligar para algumas pessoas, dar uma agitada na vida. A pessoa escolhida no dia foi minha avó paterna, a quem acabei indo visitar. E o melhor de tudo, foi que minha tia (com quem ela mora), me “intimou” a ir lá toda semana jantar com a família, com direito a palpitar no cardápio. Hoje é dia, de novo! Vale dizer que não vou pelo jantar e sim pelas companhias, mas que é bom uma comidinha diferente toda semana, isso não posso negar.

- Enquanto estiver na casa da minha tia, cinema será programa semanal, já que "moro" em frente a um.

- Falando em cinema, o cheiro que pipoca que sai diariamente de lá, está começando a me enjoar. E olha que gosto muito desse cheiro, apesar de não ser fã de pipoca.

- Preciso me controlar para não comentar que acho absurdo o frio que as pessoas sentem quando está fazendo 20ºC. Saem com grossas jaquetas, cachecóis, gorros e todo aparato de inverno a que tem direito. E eu com, no máximo, uma camisa dobrada na altura do cotovelo. Estou até cedendo minhas roupas de frio pra minha mãe e minha irmã, já que decididamente não vou usá-las por aqui.

- Estou roxa de saudades dos meus gatos, mas a ausência deles está me trazendo alguns benefícios. Não perco preciosos minutos limpando seus pelos nas minhas roupas e economizo um pouquinho não tendo que comprar tantos rolinhos.

- Fiquei muito feliz semana passada, quando fui finalmente para minha primeira balada carioca, e voltei para casa às 3 da manhã. A parte chata, foi ter que chegar em absoluto silêncio para não acordar ninguém, não poder ligar o computador e não poder deixar tudo jogado no banheiro para arrumar no dia seguinte. Me desacostumei à vida em família, mas isso não chegou a ser um problema.

- O mar me acalma. Nada como sentar de cara pra ele, ouvindo aquele som inebriante das ondas e esquecer da vida. Tem sido minha terapia.

- Grande parte dos restaurantes onde vou almoçar, fica vazia mesmo depois do meio dia, considerado horário de pico. A comida de todos é ótima, o preço idem, e realmente ainda não entendi o motivo.

- Algumas das placas de rua têm explicações a respeito dos nomes das mesmas. Ainda não reparei se são todas, pois como é algo que só se vê de muito perto, torna-se inviável ficar checando cada uma delas. Aliás, isso seria um tanto obsessivo. Se bem que eu sou curiosa e um dia resolvi procurar os nomes das ruas de algumas pessoas em São Paulo. Essa informações teriam me poupado um pouco de tempo.

- Percebi que muitas manicures tem o hábito de tirar as pontinhas dos esmaltes, deixando as unhas branquinhas. Quando fizeram isso pela primeira vez, estranhei, pois só vi depois de pronta, mas nem questionei. Depois pude perceber que é uma prática comum, e até gostei, pois disfarça melhor qualquer descascada no esmalte escuro, algo bastante frequente.

- Como ainda não pude trazer todas as minhas coisas para cá, estou usando as mesmas roupas, sapatos, bijuterias e perfumes há um mês. E apesar de não ter me incomodado tanto, pude perceber que tenho mais coisas do que realmente preciso/uso.

- E last, but not least, uma informação relevante. Hoje faz exatamente 1 mês que me mudei.

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Personalidade da semana: Márcia Cabrita.


PS: Me perguntaram porque em vez de “personalidade”, não coloquei a palavra “celebridade”. Acho que o nome acima, com todo respeito, responde à pergunta. Prova disso, foi que as duas amigas que estavam comigo no momento, não se deram conta de quem era a dita cuja. Em caso de dúvidas, favor acessar o Google.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Em busca do apartamento sagrado

Semana passada, pela primeira vez na vida, fui visitar um apartamento para alugar. Já tinha visitado apartamentos com essa intenção em inúmeras ocasiões, mas não à procura de um lugar para mim, eram sempre visitas com a família, e apesar de sempre ter podido dar minhas opiniões, as mesmas não eram necessariamente decisivas para a escolha.

Porém agora há um detalhe em jogo, eu é que devo dar a palavra final. Além de ter que saber tudo que é importante num processo de aluguel. Mas a minha inexperiência no assunto me deixa bastante insegura. Há perguntas óbvias, mas outras nem passam pela minha cabeça, e felizmente tenho meus tios ao meu lado para me ajudar.

Se em cidades grandes temos a preocupação de não morar em lugares perigosos, aqui no Rio, esta atenção deve ser redobrada, pois há um agravante. As favelas ficam nos morros em meio à cidade, o que significa que pode-se encontrar um apartamento legal, com um preço justo, mas cujas janelas ou varandas tem vista pra favela. E a questão da vista nem é o maior problema, e sim minha segurança, que fica em risco por conta de balas perdidas. Não, obrigada, não quero viver agoniada sem poder usufruir de uma varandinha e ficar me preocupando com meus felinos serem baleados por traficantes da favela ali do lado.

Esse é um motivo que já me fez desistir de alguns imóveis. Mas não é o único. Descobri por exemplo, que o ritmo de trabalho aqui, é decididamente mais lento do que em São Paulo. Um ótimo (e estapafúrdio) exemplo que tive disso, foi quando entrei em contato para agendar uma visita a um dos imóveis e o suposto corretor disse que só poderiam me mostrar o local duas vezes por dia, nos “convenientes” horários das 10 da manhã, ou das 3 da tarde ! Aí questionei sobre a possibilidade de se fazer isso no horário do almoço, algo bastante sensato na minha opinião. Mas só na minha, pois segundo esse sujeito, a pessoa que mostra o apartamento, também precisa almoçar nesse horário ! Tentei mais um horário, que era a única possibilidade que restava e também me pareceu normal, no final de semana. Quase pude sentir uma risada irônica do outro lado da linha ao ouvir um lacônico “não dá”. Eis que minha maravilhosa e querida tia, ligou em outra oportunidade e finalmente conseguiu marcar às 3 da tarde, horário em que poderia fazer essa gentileza para mim. Mas se pensam que ela conseguiu, estão enganados. A moto da pessoa que ia mostrar o local, pifou e ele não pode ir. Ao menos teve a decência de avisar antes. É ou não é desinteresse do proprietário mostrar o apartamento?

Algo que também pude observar é que encontrar prédios com placas de “aluga-se” ou “vende-se” é quase impossível. O motivo ainda é outra incógnita para mim e até mesmo para os cariocas.

Esta semana surgiu mais uma possibilidade a ser verificada em breve, alugar um apartamento na rua onde morei na minha infância. Seria um sonho, morar num lugar bastante conhecido, perto de uma grande amiga, perto do trabalho e com absolutamente tudo de que preciso ali do lado.

Melhor que isso, só morar no mesmo prédio onde cresci e vivi grande parte da minha vida aqui, mas só ganhando na Mega Sena ou herdando uma herança. Então me contentarei em morar na mesma rua. Se bem que diante da situação, morar no bairro já vai ser uma grande vitória.

Pensando bem, encontrar um apartamento morável e pagável no Rio de Janeiro já me deixaria feliz. A luta continua e, pelo visto, ainda por um bom tempo.

Ao menos toda essa busca está se mostrando válida por um motivo. Estou ficando calejada, esperta. Sei que determinado valor para um apartamento de 1 quarto, se é barato demais, apresenta algum problema. Em alguns é a falta de elevador e o apartamento no 4º andar. Outro era perto de uma região perigosa e cheia de mecânicas. E vários deles, como já perceberam, perto da favela.

Mas Rafa não desiste, afinal precisa ter sua vida de volta. Só que com a dificuldade que essa cidade tem em não colaborar, a tarefa vai ser longa e exaustiva.

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PS: O dia mal começou e já li algo que me deixou frustradíssima. Não vai ter mais show do Depeche Mode no Brasil, um dos eventos que eu mais esperava e que significaria MUITO pra mim. Nem a economia de dinheiro que farei por conta disso me deixou mais animada. Ainda não estou acreditando.

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PS2: Vou criar a partir de hoje uma nova e micra coluna, a “Personalidade da Semana, já que nesta cidade é comum vermos pessoas conhecidas. Falar ou não sobre cada uma delas e contar as circunstâncias em que as vi, vai depender do momento. Hoje, por exemplo, não entrarei em detalhes, mas prometo em breve voltar ao assunto. Portanto, fiquem hoje com a sucinta estréia:

Personalidade da semana: Elza Soares.

terça-feira, 14 de julho de 2009

18 anos, 4 meses e 12 dias

Este foi tempo que durou minha permanência em São Paulo. Por uma questão de pouquíssimos meses, ganha do tempo em que vivi no Rio na 1ª fase, 18 anos e 4 dias. Inclusive minha história, assim como a do mundo, agora se divide em fases, ou seja, Rio Fase 1, São Paulo e - há exatamente 2 semanas – Rio fase 2 !

Logicamente minha nova vida tem sido bem diferente da que levava em São Paulo, principalmente nos últimos dois anos e meio, quando fui morar sozinha. Estou tendo que me readaptar à convivência em família, que felizmente está sendo mais fácil do que imaginei.

Apesar de praticamente me sentir em casa, de estar sendo muitíssimo bem tratada e até um pouco mimada (minha tia madrinha fez questão de saber como é meu café da manhã pra comprar tudo igualzinho), não posso negar que estou sentindo falta dos meus gatos, da dupla computador/internet, das minhas roupas e bijuterias, das minhas manias, dos meus perfumes, de poder trocar de canal durante um programa chato, da minha cama de casal, de um sono silencioso (a rua onde estou é bem barulhenta, assim como o ronco da vovó ao meu lado) e de diversos detalhes que não chegam a incomodar, mas nos quais venho pensando com mais intensidade a cada dia. Me desacostumei, por exemplo, a ligar pra avisar a alguém que vou chegar mais tarde, algo que tive que acabar de fazer, pra não deixar todo mundo de cabelo em pé se às 7 da noite eu ainda não estiver em casa.

Já disse que sinto falta do meu computador, mas ao mesmo tempo, constatei que ficar menos horas do dia sem o dito cujo e consequentemente sem Internet, me leva a ler mais, a dormir mais cedo, a não ter vontade de ficar em casa e acabar indo andar na praia.

Em compensação, uma série de outras coisas está sendo interessante (re)descobrir. Não sei dizer se é algo de que nunca me dei conta ou se a minha nova condição de moradora da cidade me fez perceber, mas me impressionou o fato das pessoas aqui te julgarem menos, de um modo geral. Não sei se é a “vibe” da cidade que deixa as pessoas mais simpáticas e menos sisudas do que em São Paulo e, portanto, mais abertas, mas é evidente a postura mais light dos cariocas em comparação à postura do paulista.

Pude também relembrar de probleminhas que só a convivência em família permite contornar, como solicitar que o homem da casa abra aquele pote impossível, que troquem aquela lâmpada queimada lá no alto ou poder pedir emprestado a alguém da casa, aqueles centavos trocados para o ônibus da manhã.

Por falar em ônibus, esse é um assunto que continua sendo um mistério pra mim nessa cidade. Ninguém ainda conseguiu me explicar o motivo de haver mais de um valor para a passagem. Algumas custam R$ 2,20 (no post passado, erroneamente comentei que o preço normal da passagem é R$ 2,10), mas já peguei algumas vezes, ônibus cuja passagem é R$ 2,35. Sim, claro que poderia ter tirado a dúvida com o (a) trocador (a), mas só lembro disso quando estou escrevendo meu texto, nunca quando estou na catraca.

Pontos de ônibus são um caso à parte, algo que até alguns cariocas já me disseram. Nunca se sabe se naquele ponto, determinada linha para ou não. Mesmo que não pare, se você estiver lá por engano, e o motorista de bom humor, é bem provável que ele resolva ser legal e te deixe entrar. Porém, o que não dá pra entender é quando você está no ponto, sabe que o ônibus para ali, mas ele simplesmente passa lá do outro lado da rua e te deixa com cara de boba. Pensando bem, isso não acontece no Rio, mas aqui vejo isso com muita freqüência. Só vivenciando o dia-a-dia da cidade para aprender essa curiosa dinâmica. É inexplicável também como as linhas que pego para vir trabalhar, são incrivelmente vazias. Posso escolher onde sentar, mesmo no horário do rush, algo impraticável em São Paulo. Sem falar que os trajetos que faço por aqui, podem não ser pela praia, mas me permitem ver o Cristo, o céu quase sempre azul e eventualmente a Lagoa durante o pôr do sol. Cena esta que uns 3 dias atrás me fez derrubar minhas primeiras lágrimas depois da minha vinda. Um misto de melancolia, saudade de São Paulo e nostalgia proporcionada pela música que tocava no meu MP3, totalmente 80´s.

Estou sentindo muitas saudades da minha família, apesar de falar com todos frequentemente. Não é como estar junto, mas alivia um pouco a dor. Apesar dos pesares, estou muito feliz com a minha escolha. Penso muito no crescimento que essa mudança tem me trazido (e com certeza ainda trará) e tenho a sensação de que fiz a melhor escolha que poderia ter feito diante da situação em que me encontrava. Felizmente, até o momento, não bateu arrependimento, e só temo que isso aconteça no vindouro calor senegalês que se aproxima, mas isso se torna pequeno quando penso em desemprego, instabilidade ou problemas desse nível que teriam me atingido caso não tivesse encarado esta mudança.

Ainda é cedo para fazer grandes avaliações, mas ouso dizer que por enquanto estou feliz com a vida que estou levando. O Rio é uma cidade linda, calorosa (e calorenta também), familiar e mesmo assim, cheia de surpresas e situações agradáveis e curiosas. Quase impossível não gostar. Onde mais eu poderia ver em tão pouco espaço de tempo, famosos tão distintos quanto Daniele Winits, Tonico Pereira, José Dirceu e outras várias sub-celebridades?

Tem coisas que só o Rio faz por mim, e a verdade é que eu ainda estou naquela fase de namoro com a cidade, com o emprego, e em breve espero estar também me sentindo assim em relação à minha casa, cuja incessante busca, começa dentro de meia hora!

E isso com certeza dará assunto pra um próximo texto. É voltar aqui pra ver!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O início, finalmente !

Estava super ansiosa para que esse dia chegasse. Na noite anterior, mal dormi, pensando em como tudo seria, o que é inevitável numa situação como essa. Eis que amanhece e eu acordo cedo e cheia de disposição, algo que há muito tempo não sentia logo pela manhã. Pudera, casa (quase) nova, emprego (quase) novo, mês novo, vida nova ! Acho que não poderia ser diferente..

O primeiro dia de trabalho, logicamente, foi cheio de novidades, a maioria delas, bastante agradável. A única ruim foi ter descoberto que o sujeito bacana que seria meu chefe, havia mudado de área poucos dias antes da minha chegada. Foi com essa pequena bomba que comecei minha nova fase da vida. Felizmente o impacto da notícia foi superado rapidamente, e ainda nesse primeiro dia tive inúmeras surpresas.

Em São Paulo, há quase 10 anos estava acostumada a almoçar com as galinhas, ou seja, as 11:30 da manhã (veja bem a gravidade, ainda é manhã, horário de café... da manhã !). Vi que estava chegando perto do horário e não houve absolutamente nenhuma manifestação sobre almoço ou fome. Quando já passava de 12:30, e meu estômago já numa sinfonia de roncos, não pude mais resistir.

Como ninguém me convidou, tive que ir sozinha mesmo. Tinha resolvido me jogar na rua, onde não faltam restaurantes, e escolher um dos que me foram recomendados. Mas dei sorte e, ao entrar no elevador, tive outra surpresa. Encontrei um sujeito que já conhecia, mas do qual não me lembrei de imediato, e que acabou sendo uma a companhia para aquele primeiro almoço. Como ele também já havia trabalhado com meu pai mais de 20 anos atrás, foi interessante ouvir algumas das histórias daquela época e receber o apoio de uma pessoa conhecida.

Vale dizer aos que não sabem, que trabalho na mesma empresa onde meu pai fez carreira, onde começou há quase 30 anos e portanto onde há bastante gente daquela época que o conhece e que conviveu comigo desde que eu era uma criancinha de 3 ou 4 anos.

Foi também o momento de ver, por acaso, algumas pessoas que trabalharam em São Paulo comigo e por diversos motivos, hoje também estão no Rio. Um deles foi o sujeito que até poucas semanas atrás era meu chefe e quem me deu uma força para me transferir pro Rio. Claro que fui lá falar com ele, mas por estar ocupado, não pôde conversar comigo por mais do que 30 segundos.

Dei muita sorte e já pude perceber que mesmo ninguém tendo me chamado para o almoço, trabalho com pessoas simpáticas e solícitas. Fui muito bem recebida e me senti a vontade, logo de cara.

Ao contrário do que vivenciei em São Paulo nos últimos 5 anos, trabalho numa sala com mais 6 pessoas, e estou adorando isso. Aqui ninguém reclama do meu teclado, sou só mais uma. E na realidade ainda nem sei se to achando isso bom ou ruim, é apenas uma constatação. O tempo há de me responder isso.

Descobri que a filha de uma das pessoas que trabalha comigo é minha xará, o que me faz ouvir meu lindo nome com mais freqüência. Soube também que um senhor, mais um dos conhecidos do meu pai há anos, fuma na sala, ao meu lado. Foi algo que me incomodou um pouco sim, mas para ser educada e não dar uma de anti-social no primeiro dia, fingi que não estava nem aí. Mas eu hei de me acostumar.

No meio da tarde já tinha computador, acesso a Internet, material de escritório e telefone com meu novo ramal O resto do dia transcorreu bem, sem absolutamente nenhum trabalho, o que até então mal incomodou, afinal não dá para exigir muito no primeiro dia, principalmente com a empresa passando por mudanças radicais e minha chefe indo viajar no dia seguinte.

Ao ir embora estava prestes a enfrentar um dos meus maiores medinhos. Pegar ônibus. No Rio, porque em São Paulo era rotina para mim, mas aqui quase nunca fiz isso e a insegurança tomou conta de mim. Por sorte, pessoas legais me deram indicações, dicas e como eu conheço bem a cidade, posso dizer que não foi nenhum tormento, muito pelo contrário. O ônibus que pego, vai super vazio, e como eu desço relativamente perto do ponto final, quase ninguém entra no dito cujo, só sai. O dado curioso fica por conta de algo que não sabia que existia, ar-condicionado em alguns dos veículos. Claro que por isso paga-se um preço, R$ 0,40 a mais na passagem. Como o valor normal é R$ 2,10, já aprendi a sempre sair com R$ 2,50 no bolso, e durante esses dias de clima ameno, torcer para pegar o mais barato. Mas como Murphy é amigo do peito, até hoje só peguei ônibus fesquinhos, algo realmente desnecessário durante o inverno. Mesmo que no carioca.

Felizmente soube onde descer, andei bem pouco para chegar em casa, e para relaxar depois de um dia tão cheio de novidades, só me restou mudar de roupa e ir ver o sol se pôr na praia e renovar as energias pro dia seguinte.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

A hora do adeus

Sábado passado fiz minha festa de despedida. Ao contrário do que imaginei, foi bastante gente e felizmente não bebi demais, como imaginei que fosse fazer. Melhor assim, pois não falei besteira, não dei vexame e no dia seguinte estava inteira pro almoço em família.

Curti muito a noite, dei muita risada, e o mais divertido, tive a inusitada companhia dos meus pais e da minha avó que foram ao evento por insistência minha, principalmente para conhecer alguns amigos que tenho há anos que eles nunca haviam visto, a não ser por foto. O sábado, meu penúltimo dia em Sampa, terminou muito bem.

O domingo foi ótimo, mas senti no ar uma certa melancolia da minha parte, pois sabia que dentro de poucas horas teria que me despedir das pessoas mais queridas, minha família. Não foi fácil, choramos todos juntos, e foi bom para desopilar um pouco. Estava precisando. Só não foi tão triste assim, pois sabia que no dia seguinte ainda veria meus pais, que me deixariam na rodoviária.

Acho que o pior momento foi dar tchau para minha irmã. Ela acabou indo para casa comigo, ajudar na finalização da minha mala, e depois de umas 2 horas lá, teve que ir embora. Ao mesmo tempo em que não queria dar tchau, sabia que isso ia acontecer e foi triste. Mas durou poucos minutos e acho que ambas estão se recuperando.

A ida e a chegada ao Rio correram bem, sem grandes acontecimentos ou surpresas. Pra minha alegria, cheguei aqui em pleno inverno e a temperatura está maravilhosa. Dá até pra usar um casaquinho de manhã. E olha que eu nem sou friorenta, depois de 18 anos na terra da garoa.

Ainda não tive tempo de chorar ou de sentir muitas saudades. Como no primeiro dia e meio que passei por aqui, ainda não tinha trabalhado, me senti um pouco de férias. Hoje, 4ª feira, que foi quando começou a rotina, é que comecei a me dar conta de que o Rio agora pra mim, não é mais lugar de passar férias, e sim onde moro, trabalho e vivo.

Assim que der volto aqui pra contar a respeito do curioso primeiro dia de trabalho.