sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Comemorações

O último final de semana foi bastante atípico. Eu que costumava viajar para o Rio, deixei a cidade maravilhosa e viajei para a terra da garoa.

Minha ida tinha dois motivos, uma mega festa (que por sinal foi ótima), e o principal deles, a miha mudança.

Depois de passar dias escolhendo a transportadora, ter conseguido um bom preço e condições de pagamento bastante interessantes, rumei a São Paulo na manhã de 6a. Cheguei lá por volta de meio dia e passei quase toda tarde com a prestativa Zeni, arrumando meu apartamento para deixá-lo pronto para ser invadido por um exército de homens que em 48 horas estaria entregando tudo no Rio.

Essa parte do trabalho foi bem mais fácil do que pensei. Em menos de 4 horas, nós duas colocamos uns 95% de um apartamento de 40 e poucos metros quadrados na sala.

Ao ir mexendo em cada canto, em cada armário ou gaveta, momentos diversos me vinham à memória. A maioria deles agradável, alguns nem tanto. Mas todos fizeram parte da minha vida durante os exatos 2 anos em meio em que vivi lá.

Tive uma sensação muito estranha ao ver minha casa sendo desmontada, mas inicialmente, envolvida pela agitação do momento, nem tive tempo para pensar no assunto.

Sáabdo, logo após a mudança, com a sala ocupada apenas por alguns poucos móveis que resolvi não trazer, sentei no sofá e tive uma crise de choro. Devo ter ficado 10 minutos chorando copiosamente, ao me dar conta de que muito provavelmente aquela seria a última vez que pisaria naquele apartamento, que teve um significado importantíssimo na minha vida. Momentos inesquecíveis foram vividos ali, motivo pelo qual é um lugar inesquecível para mim. Como diz a minha prima, é um luto que eu estou processando (ou algo que o valha).

O curioso é que acho que tal luto ainda não foi processado. Prova disso, foi algo que me aconteceu ontem. Estava em casa arrumando minha recém chegada mudança, quando pensei em ir a um lugar no dia seguinte. Eis que de repente me dou conta de que tal lugar é em São Paulo, e não no Rio. Não creio que tenha sido um bom sinal.

Estava tão mexida e tão cansada com essa mudança, que durante os dois dias e meio que fiquei em São Paulo, fui protagonista de alguns episódios, no mínimo engraçados.

No domingo, depois de uma super festa e uma noite mal dormida, fui chamar o táxi que me levaria ao aeroporto. Ao ser perguntada sobre o meu destino, não pensei duas vezes e disse "Santos Dumont". Só me dei conta da besteira quando a atendente perguntou onde ficava tal rua. Comecei a rir e disse que era Congonhas, ainda tentando explicar que havia confundido os aeroportos.

Quando cheguei lá e desci do táxi, peguei um daqueles carrinhos para mala, e andei uns 50 metros, até que um sujeito veio me mostrar que eu estava levando dois carrinhos em vez de um! Me senti tão pateta que devo ter ficado roxa de vergonha e com vontade de abrir uma cratera no chão para eu entrar e sumir. Como as pessoas normalmente me olham quando eu ando, não percebi se naquele momento estavam me olhando por causa do meu andar ou por causa do carrinho duplo. Ou ambos, o que é bem mais provável. Nem havia me dado conta do que fiz, mesmo tendo sentido que aquela mala estava estranhamente pesada.

Passada a vergonha, chego no check-in, e protagonizo mais uma cena ridícula. Quando me perguntaram para onde estava indo, pensei por alguns segundos (o que já denota meu estado mental lamentável), e soltei a pérola do dia: "São Paulo". A coitada da menina ficou meio sem graça e me disse "Senhora, acho que você está indo para o Rio, aqui é São Paulo". Eu só disse "Ah é", e mais uma vez pensei em me enfiar naquela cratera no chão.

Felizmente essa foi a última gafe do dia. O voo saiu rapidinho, cheguei rápido ao Rio, mas ao entrar no táxi, doida pra chegar em casa e dormir, fiquei sabendo que o trânsito estava caótico por causa da demolição de um elefante branco bem perto do meu destino, o que fez com que o trajeto de uns 20 minutos e no máximo R$ 25, se transformou num martírio de quase 1 hora e meia e um rombo de R$ 47 !

Cheguei em casa cansada e irritada, mas com um almoço me esperando e uma cama deliciosa na qual dormi por 5 horas seguidas em plena tarde de domingo, para no dia seguinte estar inteira e encarar a nova etapa da mudança.

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Personalidades da semana: Vi no aeroporto o baterista e o baixista do Skank. E só. Aliás, agora que estou morando num bairro menos Manoel Carlos, a probabilidade de ver famosos foi radicalmente reduzida.

2 comentários:

  1. Que loucura... acho que o cansaço mostrou de fato o quanto a mudança mecheu com sua cabeça, né?
    Apesar de ser esperada e comemorada, acho que São Paulo estará sempre em vc!
    Boa sorte com a mudança fisica! ;)
    beijinhos

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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