sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Final de semana fashion – parte 2 – Ou “O dia em que vi a Mariah”

Não tinha muita idéia do que vinha pela frente, e como não tinha grandes expectativas, tudo seria uma surpresa. Mas como todo início de show inevitavelmente é empolgante, as luzes se apagando, o palco se iluminando, o público se manifestando, achei legal.



Quem entrou no palco como mestre de cerimônias foi a Fernanda Lima. É uma pessoa indiferente para mim, mas dei o braço a torcer, ela estava ótima no palco, bonita, simpática, e fez muito bem a parte dela. E logicamente usou 3 vestidos lindos ao longo da apresentação.



O primeiro a se apresentar foi o Diddy, que era P. Diddy, mas que também, já foi Puff Dady, ou algo que o valha (vai ver que o sujeito tem crise de identidade).


Não gosto de rap, portanto achei o show um porre, mas felizmente foi curto, assim como todos os outros. Ninguém tocou mais do que 4 músicas.


Na 3ª música entravam os modelos desfilando um nome/grife. Nesse caso foi Versace. Ficam pouco tempo, se não me engano durante apenas uma música, e somem. Não foi um desfile que tenha me chamado atenção. Aliás, poucos chamaram. Acho que os momentos musicais foram muito mais atraentes do que os momentos fashion.



Fiquei sabendo que todas as coleções apresentadas são de temporadas passadas, nada havia de novidade. Por um lado, acho que isso foi válido, já que num lugar daquelas proporções mal conseguia ser ver as roupas. Um erro grave foi filmarem muito pouco os looks e muito mais os artistas no palco. Tanto que só no dia seguinte fiquei sabendo que modelos conhecidas como Raica, Isabelli Fontana e Ana Claudia MIchels desfilaram.



O ritmo da apresentação era bem rápido, assim que acabava um show/desfile, a Fernanda Lima entrava, fazia uns comentários, às vezes apresentava um vídeo, normalmente sobre o Rio ou sobre o festival ao redor do mundo.



Começou a segunda apresentação, a única pela qual eu tinha algum interesse, pois tratava-se do Alexandre Hercovitch, cujas criações eu curto bastante, e de uma banda chamada Stop Play Moon, da qual já ouvi falar bem diversas vezes, mas que nunca tinha escutado. Gostei muito, tanto da banda, quanto do desfile e da combinação. Na minha opinião, a mais legal da noite. No final da apresentação, como de praxe, o estilista é apresentado e entra rapidinho no palco para agradecer. No caso do Hercovitch, foi uma aparição relâmpago, dizem que o cara é super tímido. Depois fiquei sabendo que a banda substituiu o Lulu Santos. Pena, teria sido legal.



Mais uma vez a Fernanda Lima entra e apresenta a próxima atração. André Lima e Ja Rule com Wanessa Camargo (que parece não querer mais usar o sobrenome). Olha, eu tinha uma puta implicância com essa menina, mas ela me surpreendeu. Claro que não compraria um cd dela ou iria a um show, até mesmo porque não conheço sequer uma música dele, mas a menina cantou uma música bem razoável, a voz dela deu uma mudada considerável e a evolução dela é visível. Cantou uma música com o sujeito, depois cantou sozinha e não lembro se ele também cantou sozinho. O desfile não me chamou atenção.



Depois de mais uma aparição da Fernanda Lima (dessa vez já com outro vestido, lindo por sinal), entrou no palco uma tal de Ciara, da qual nunca tinha ouvido falar. Cantou rap, ou algo que o valha e foi um show que não me disse absolutamente nada. Mas nesse caso, o desfile que foi do Givenchy, de longe me pareceu bacana, mas só no dia seguinte lendo a respeito é que pude ver que realmente estava bonito.



Nova aparição da Fernanda Lima, e em seguida entrou outra cantora que para mim poderia ser a tal Ciara ali de cima (até mesmo pelo tipo de música), mas era a Estelle, que também era uma completa desconhecida pra mim. O diferencial foi que antes dela entrar, rolou um show de percussão bem bacana, com o Afro Lata. O desfile era da Lenny, que faz moda praia. De modo que foi uma profusão de maiôs na passarela. Achei bem bacana, e desconfiei ter visto a Isabelli Fontana no desfile, o que depois confirmei.



O show seguinte foi um dos que eu tinha interesse em ver, Grace Jones. A mulher é fenomenal. Não conheço nada dela, mas as músicas são interessantes, e ela tem, além de um corpão pra uma mulher de 60 anos, presença de palco. Foi legal e acho que a combinação com o desfile do Marc Jacobs foi ótima. E ele foi um estilista que não estava presente, mandou um representante brasileiro do qual nunca ouvi falar.



O espetáculo estava começando a chegar ao fim, e a platéia foi ficando histérica por causa da Mariah. Mas ainda não era a vez dela. Mais uma vez foi apresentada outra atração, uma das mais aplaudidas da noite (e uma das poucas que eu conhecia), Daniela Mercury. O show foi animadíssimo, colorido e finalmente ouvi uma música conhecida, algo que até então não tinha acontecido. Quem desfilou sua coleção foi o Lino Villaventura, que não me diz absolutamente nada, mas cujo resultado achei legal.



Depois da mestre de cerimônias cujo nome não agüento mais escrever, aparecer de novo com outro vestido, eis que para alegria de grande parte dos presentes e pra minha infelicidade, ela anuncia a Mariah Carey. Putz, que show chato! A fulana tem uma voz irritante, canta músicas chatas, estava com uma roupa horrível e que de tão justo mal permitia que ela se mexesse (algo bem irônico se levarmos em conta que era um evento de moda), e o pior de tudo, simplesmente deu a mancada de apresentar o estilista, assim como todos os artistas fizeram. Foi bem desagradável, mas infelizmente ela não chegou a ser vaiada. O desfile da Calvin Klein foi bem bonito, porém tinha muita roupa preta, o que eu achei ruim, pois não teve um contraste com o visual da Mariah, da mesma cor.



E assim terminou essa diferente noite fashion. O caminho até a saída foi tranqüilo, mas tive que redobrar a atenção por ter tomado um pouco mais do que devia e estar com a coordenação um pouco alterada. Mas felizmente correu tudo bem e em poucos minutos estávamos rindo diante de tanto carrão chique, e esperando o modesto 1.0 da minha amiga.



Ainda fomos comer pizza numa pizzaria badalada, e como estamos no Rio, não podíamos deixar de ver artista. Dessa vez foi a mais nova peladona da Playboy, a Juliana Alves, e a Paula Burlamaqui. Nada a comentar a respeito das duas.



E quando eu achei que a safra de eventos fashion havia acabado, no domingo fui convidada para almoçar num dos restaurantes mais caros e badalados da cidade. Tomei um banho, me arrumei de novo e lá fui eu provar muita comida diferente e gostosa e ter uma tarde divertida. Sem barulho, confusão, famosos e principalmente, sem música ruim.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Final de semana fashion – primeira parte

O último final foi marcado por eventos interessantes.

Tudo começou na 6ª feira, quando por volta das nove da noite, um dos meus primos me liga perguntando se eu tinha programa para sábado à noite. Diante do meu “não”, ele me ofereceu dos ingressos VIP’s para um evento do qual eu já tinha ouvido falar, mas que não me interessava tanto assim, além de ser extremamente caro, por volta de R$800.

Tratava-se do Oi Fashion Rocks, espetáculo que une shows a desfiles de moda, concomitantemente, e que aparentemente são grande sucesso na Europa há alguns anos. A parte dos desfiles muito me interessava, já as atrações musicais não, pois não gosto de nenhuma delas e algumas sequer sabia que existiam.

Mas achei que valeria a pena conhecer o evento, convidei uma amiga e sábado à noite estava toda arrumada, empolgada e cheirosa pra começar a noite.

Passamos na casa da minha tia para pegar os convites, e a nossa primeira reação foi de surpresa. Vimos que nossos assentos além de serem num lugar privilegiado davam direito a estacionamento gratuito no local, logicamente com manobrista

Ao chegarmos, pediram os convites e já direcionaram o carro para uma entrada em que estava escrito “Red Carpet”. Claro que já foi motivo para as duas bobonas começarem a rir.

Diria que a entrada, por incrível que pareça, foi um dos pontos altos da noite.
Ao descermos do carro, nos deparamos com um corredor obviamente com tapete vermelho e muita, muita agitação. Uma infinidade de câmeras, fotógrafos se acotovelando, muitas luzes, microfones em punho. Era ali que estava o bochicho.

Tive que me concentrar muito para não tropeçar nos fios, não esbarrar em ninguém e correr o risco de pagar um mico. Felizmente deu tudo certo e cheguei ao final do corredor sã e salva. O único probleminha foi que por causa dessa minha atenção redobrada, não consegui prestar muita atenção no que se passava em volta e só consegui ver o (lindo) marido da Daniele Winits, o Cássio Reis gravando uma reportagem. Só no dia seguinte descobri que ele era o entrevistador, e não o entrevistado.

Ao sair do corredor chegamos num terreno enorme, no qual tinham diversas entradas para os diversos setores, e logo vi o Paulo Borges, sujeito totalmente in no circuito da moda, mas que não era alguém que me causasse algum tipo de frisson.

Como estávamos em cima da hora e o convite dizia que o espetáculo começaria IMPRETERIVELMENTE (em maiúscula por minha conta) às 21h, nos dirigimos aos nossos lugares.

No longo e sinuoso caminho não vimos mais ninguém ou nada interessante, a não ser meninas esquálidas e com roupas de gosto duvidoso e organizadores eufóricos.

Nosso lugar era num camarote, confortável e com ótima vista para o palco, e no qual cabiam ao todo umas 12 pessoas, felizmente todas bem comportadas.

Ao sentar me surpreendi com uma bandeja cheia de bebidas, desde água a espumante num grande balde de gelo. Não seria a primeira a me aventurar nesse oásis, até mesmo porque como não sou costumaz frequentadora deste tipo de evento, não sabia o que a etiqueta diz sobre como agir. Portanto esperei que alguém tomasse a iniciativa e só aí me servi.

Foi uma decepção quando a garrafa acabou e ouvi alguém atrás de mim conversando com o garçom, que disse que aquela seria a única disponível (pouco, se considerarmos que as 12 pessoas beberiam). Mas ok, estava no lucro mesmo assim, e ainda havia uma garrafa de vodka, água, energético e refrigerante. Com sede eu não ficaria.

Eis que aconteceu algo interessante, chegou mais uma garrafa e nos demos conta de que ela estava liberada, não havia sido comprada por ninguém. E assim continuou a noite, garrafas sendo substituídas com certa freqüência, o que fez a alegria de grande parte dos presentes.

Ficamos conversando, bebendo, observando as pessoas durante 1 hora e 40 minutos, o que nos frustou um pouco, por termos entrado correndo e não conseguirmos nos divertir mais no tapete vermelho. Tudo por causa da palavra “impreterivelmente” grafada no convite, que nos fez entrar correndo. Mas não reclamei, foi divertido, vimos mais alguns poucos famosos – o Toni Garrido que já havia visto umas semanas trás conforme contei aqui e a apresentadora Glenda Koslowski, linda por sinal. Ok, não vi o prefeito e governador, tampouco o tudo de bom Oskar Metsavaht (estilista e dono da Osklen), mas estava me divertindo tanto que nem me incomodei.

Manifestações vindas do backstage animam a galera, já ansiosa depois de tanta espera. Finalmente, com quase duas horas de atraso, o espetáculo começa.

E no próximo post vou contar como foi, o que eu achei e como terminou a noite. Assim como o evento do dia seguinte, afinal como diz o título, não foi só no sábado que teve acontecimento fashion.

sábado, 24 de outubro de 2009

Lista musical

Como a minha vida por aqui já está estabelecida e nada de muito novo ou diferente tem acontecido, vou começar a mudar o foco dos assuntos do blog para não condená-lo ao ostracismo.


Achei uma listinha simpática navegando por aí, e como se tratava de música, resolvi brincar também. O fato adorar fazer listas contribuiu para essa estar aqui.


Logicamente foi difícil escolher só três músicas em cada categoria, então coloquei as primeiras que me vieram à cabeça. Muitas mereciam estar aqui, mas resolvi trabalhar o sério problema que tenho na hora de fazer escolhas e saiu o que vão ver abaixo.


Aproveito pra fazer uma confissão light. Na lista que achei era só uma música, mas não me contive e resolvi colocar três. Isso é legal para que aqueles que ainda não conhecem meu gosto musical, passem a conhecer.


Divirtam-se, surpreendam-se, critiquem, riam de mim e façam suas listas se quiserem.


1 - Três músicas que lembrem sua infância:
Balão Mágico - Superfantástico
Trem da Alegria - He-man
Vinícius de Moraes- O Pato (mas cantada não sei por quem)


2- Três músicas que lembrem sua adolescência:
New Order - True faith
George Michael - Faith
Pet Shop Boys - Always on my mind


3- Três músicas para ouvir em uma noite chuvosa:
Sinatra - Fly me to the moon
REM - Imitation of life
Radiohead - There there


4- Três músicas que lembrem seus amigos:
Depeche Mode- Never let me down again
Stop - Erasure
Skid Row - Wasted time


5- Três músicas que seus pais gostam e você também:
Qualquer uma do Sinatra
Qualquer uma dos Beatles
Garth Brooks - Standing outsider the fire


6- Três músicas que te lembrem uma paixão (não necessariamente a mesma):
Helloween - Forever and one
Led Zepellin - Kashmir
Foo Fighters - Everlong


7- Três músicas para tocar em uma manhã ensolarada:
Franz Ferdinand - This fire
Pulp - Common People
Placebo - Every you, every me


8- Três músicas que te entristecem:
Alice in Chains - Down in a hole
Maria Bethania - Grito de Alerta
Boomtown Rats - I Don’t like mondays


9- Três músicas bregas, que você assume que gosta:
Chitãozinho & Xororó com a Fafá de Belém - Nuvem de lágrimas
Rosana - O amor e o poder
Mc Marcinho (?) - Se ela dança eu danço


10- Três músicas para ouvir em um carro conversível na estrada:
Ramones - Psycho Therapy
Stratovarius - Phoenix
AC/DC - Thunderstruck


11- Três músicas que te empolgam:
Iron Maiden - Be quick or be dead
Metallica - Whisky in the jar
Cure - Friday I'm in love


12 - Três músicas para beijar ou para ouvir em momentos íntimos:

Depeche Mode - In your room/ One caress/ Stripped
Nine Inch Nais - Closer
Led Zepellin - Since I’ve been loving you


13 - Três músicas que tenham uma versão bem diferente da original e que você curta
Gamma Ray - It´s a sin
Demons and wizards - Immigrant song
Can’t get you out of my head da Kylie Minogue, numa versão gótica que ouvi UMA vez numa balada em Barcelona,. Nunca esqueci dessa música, venho tentando baixar há anos e não faço idéia de quem canta, o que dificulta bastante o processo.


14 - Três músicas que conheceu recentemente e curtiu
Gossip - Heavy Cross
Primal Scream - Get Duffy
Julian Casablancas - 11th dimension


15 - Três músicas que você não suporta
Whitney Houston - I Will always Love you
Celine Don - Aquela chatíssima do Titanic
Mariah Carey - Todas

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Um pouco de história

Um pouco sobre a minha história vocês já tem lido aqui, mas hoje resolvi contar um pouco sobre a história da origem de um bairro pelo qual eu tenho muito carinho, que é Botafogo. Foi onde morei até me mudar para São Paulo, e para onde acabei voltando recentemente.

Não é um bairro cool, como aquele onde eu morava em São Paulo. Muitos dizem que é passagem, pois é pequeno, e fica realmente num caminho entre bairros mais importantes e maiores da Zona Sul. Mas ainda assim tem seu certo encanto, nem que seja na minha cabeça nostálgica.

Passeando por aqui, é inevitável lembrar de diversos acontecimentos da minha vida, assim como tentar lembrar como eram determinadas ruas e imóveis por onde eu sempre passava.

Essa nostalgia, aliada à minha curiosidade, me fez pesquisar e descobrir informações e fotos bastante interessantes a respeito do bairro. Sou apaixonada por fotos antigas, que inevitavelmente vêm acompanhadas de histórias. Pronto, fui fisgada.

Claro que é muito mais divertido ver fotos e reconhecer os lugares em questão, mas mesmo que esse não seja o caso da maioria de vocês, acho que ainda assim vale dar uma olhada em tais fotos (cujos links estão no final do texto) e conhecer uma história interessante.

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A origem do tradicional bairro de Botafogo se confunde com a história da fundação da Cidade do Rio de Janeiro. Em 1565, na base do morro Cara de Cão, onde hoje está localizada a fortaleza de São João no bairro da Urca; o Capitão-Mor e Governador Estácio de Sá (1542-67) funda a 1º de março a "Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro".
Neste mesmo ano, Estácio começa a doar terras a colonos e agricultores para que desenvolvessem alguma cultura nas mesmas, proporcionando assim o desenvolvimento da região.

Quatro meses depois da fundação, Estácio de Sá, resolveu demarcar os limites da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro e doou a seu amigo Francisco Velho, grandes extensões de terra que abrangiam áreas correspondentes hoje, aos bairros de Botafogo, Urca, Flamengo (parte), Humaitá e Lagoa (parte).

Tal doação constituía-se num vale, formado pelos morros que foram batizados no século XVII de São João e Dona Marta, e cortados por dois grandes rios: o "Berquó" ou "Brocó", ambos ainda hoje existentes, um deles passando canalizado pelo Cemitério São João Batista e o outro passando paralelamente à Rua São Clemente, pelos terrenos de algumas mansões.

A partir de 1565, surge o primeiro nome português do local, a "Enseada de Francisco Velho". Pelo qual ficou conhecido por mais de quarenta anos.
Quando houve a expulsão dos franceses em março de 1567 e a transferência da cidade para o Morro do Castelo, a família Velho passou a residir em morada erguida onde hoje existe o imenso edifício neoclássico da "Universidade do Brasil", na Avenida Pasteur, antiga "Praia da Saudade".

O bairro acabou sendo rebatizado em 1590, quando Antônio Francisco Velho vendeu suas terras para o amigo sertanista, João Pereira de Souza Botafogo, que desde então emprestaria seu sobrenome em definitivo ao bairro. O curioso é que possivelmente esse não era nome de nascença, mas sim apelido, muito comumente dado em Portugal a homens especialistas em armas de fogo manuais. Outra versão diz que o sertanista ficou conhecido por "Botafogo", desde que foi chefe da artilharia do famoso Galeão Botafogo, o mais poderoso navio de guerra do mundo na época.

Até o início do século XIX, o bairro era praticamente despovoado e considerado uma área rural. Um oficial russo que aqui esteve descreveu-o como "uma obra-prima da natureza". De um lado, o mar. De outro, as montanhas.

Mas a chegada da Família Real à cidade, em 1808, mudou a vida do Rio, e principalmente a de Botafogo, que de bairro rural, transformou-se no local preferido pelos nobres e também pelos comerciantes ingleses que procuravam Botafogo para fixar suas belas residências, tanto que o bairro ganhou o apelido de Green Lane.

Quando chegou ao Brasil, Carlota Joaquina - a esposa de D. João VI - escolheu um terreno em Botafogo para construir sua mansão, que ficava de frente para a praia. Sua presença imprimiu um novo estilo ao bairro, que se valorizou e consequentemente passou a ter suas terras disputadíssimas.

A urbanização foi chegando devagar. Em 1847, as ruas foram tomadas por carros de duas rodas e capota puxados por animais. Vieram também as diligências e, mais tarde, o bonde de tração animal da Companhia Jardim Botânico. Em 1854, o abastecimento de água começou a funcionar e seis anos depois, a iluminação a gás veio substituir as lamparinas de óleo de baleia. Em 1888 foi fundado um enorme depósito de gás, com capacidade para cinco mil litros de gás.

Pouco a pouco, novas ruas começaram a surgir. O processo era sempre o mesmo: as ruas eram abertas pelos proprietários das chácaras e, depois doadas ao Município.

Inaugurado em 1852, o Cemitério São João Batista é um marco na história do Rio de Janeiro. Foi um dos primeiros cemitérios sem distinção de classes. Escravos e pobres eram enterrados em cemitérios de covas rasas. Nobres e ricos, em cemitérios particulares, e os religiosos nas igrejas.

A igreja mais antiga de Botafogo foi a Matriz de São João Batista, construída em 1831 e doada por Joaquim Batista Marques de Leão.

Já na metade do século XIX, o bairro ganhou colégios, clínicas, casas de pasto e um comércio. O primeiro colégio foi o Imaculada Conceição, logo seguido pelo Santo Inácio. O primeiro clube foi o Guanabarense, fundado em 1870. O Clube Botafogo, foi fundado duas vezes. Primeiro surgiu o Club de Regatas Botafogo em 1894, graças às regatas na enseada, e em 1904, nasceu o Botafogo Football Club. A união dos dois clubes só aconteceu em 1942, sob ao nome de Botafogo de Futebol e Regatas.

Como em 1903 o bairro de Botafogo era um dos mais importantes da cidade, sua orla teve um destaque especial, sendo ali abertas três pistas: duas com piso de asfalto, para automóveis; e uma de areia, para cavalos, bem como a construção de jardins floridos.

Como naquele tempo o banho de mar ainda não era um hábito comum, o prefeito aterrou totalmente a praia, a qual somente ressurgiu em pequeno trecho na década de 40 e totalmente restaurada pelo Governador Carlos Lacerda, na década de sessenta.

Infelizmente, as belas mansões que margeavam a praia foram quase todas demolidas a partir da década de cinqüenta, sendo substituídas por edifícios modernos.

O Presidente Rodrigues Alves inaugura a Avenida Central, a 15 de novembro de 1906, com uma "carreata". Em 1903, quando as obras começaram, somente existiam licenciados seis automóveis, mas na inauguração da Avenida Central e da orla de Botafogo, eram 40. Em 1906, eram 153 veículos.
Na Praia de Botafogo foi fundado, em 1909, o Automóvel Clube, mas por volta de 1903 e 1904, os ricos e excêntricos já davam suas voltas motorizadas pelo bairro.

Se antes Botafogo era local de nobres, a partir de 1900 também passou a ser habitado por operários, biscateiros e artesãos, funcionários públicos e militares, comerciantes e profissionais liberais. Ao invés dos enormes casarões, as habitações coletivas se tornaram a marca do bairro.

Somente entre 1925 e 1930 surgem as Ruas Barão de Lucena e Guilhermina Guinle, onde não existiam vilas, pois uma lei municipal já havia proibido a construção das mesmas em Botafogo. É quando começam a surgir pequenos prédios, de no máximo quatro andares

O crescimento de Copacabana e do Jardim Botânico provocou uma verdadeira explosão no comércio e nos serviços de Botafogo. Os moradores desses novos bairros tinham que ir até Botafogo por causa dos hospitais, escolas e mercados, e, retornavam às suas casas no último bonde, o de quatro e meia da tarde. Enquanto Copacabana e Jardim Botânico nas décadas de 40 e 50 registravam taxas de crescimento de 74% e 59% respectivamente, Botafogo registrava apenas 8%, se tornando a partir daí uma mera ligação entre os diversos bairros da cidade. Dizem que vem daí a expressão “bairro de passagem”.

Botafogo hoje

Atualmente, Botafogo é um bairro de classe média e média-alta com cerca de 100 mil habitantes. Apresenta cinemas, teatros, shoppings centers, boates, casas de show, museus, centros empresariais, consulados, clínicas e hospitais e algumas mansões preservadas do início do século XX e fim do século XIX. É também conhecido como o "bairro das escolas", o "bairro das clínicas" — devido à grande presença destes estabelecimentos na região.

É um dos mais importantes centros de serviços da Zona Sul, principalmente para os bairros vizinhos Hmaitá e Urca, de padrão mais residencial. Na Rua Voluntários da Pátria e suas imediações está o principal centro comercial da região, com inúmeras lojas, agências bancárias, edifícios comerciais e grandes empresas.

É onde se localiza a Escola de samba São Clemente, assim como locais importantes como o Palácio da Cidade, a Fundação Getúlio Vargas, a casa de Rui Barbosa, entre outros.

A presença da favela Dona Marta na área evidencia um contraste social, semelhante ao que acontece também na Praia de Botafogo, dividida entre shoppings, centros empresariais e alguns edifícios residenciais de baixo padrão, conhecidos na cidade como cabeças-de-porco, sendo o Edifício Rajah o mais famoso deles.

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Alguns links para álbuns de fotos antigas do bairro:

www.flickr.com/photos/andre_so_rio/444862203/

www.flickr.com/photos/8264320@N04/514795193/

www.flickr.com/photos/11124678@N02/1773179415/

www.flickr.com/photos/thomazmoore/76427114/

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Importante dizer que as informações foram tiradas dos sites: http://pt.wikipedia.org/wiki/Botafogo_(bairro_do_Rio_de_Janeiro) e http://www.amabotafogo.org.br/. Caso haja interesse, sugiro darem uma olhada principalmente no segundo, pois há muita informação interessante lá.