quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A saga do aluguel

Eu havia selecionado uns assuntos para o post dessa semana, mas diante dos últimos acontecimentos, resolvi adiá-los e contar sobre a saga do aluguel.

Já comentei aqui sobre algumas das dificuldades em se alugar um apartamento nas condições que quero/posso/preciso. Não que eu seja exigente, muito pelo contrário, mas como a oferta de apartamentos no Rio e principalmente em Botafogo são escassas, não é nada fácil conjugar o querer, o poder e o precisar. Com isso em mente, conformada com a dificuldade, a família se uniu em busca de algo que me atendesse.

Eis que pouco depois de um mês procurando, encontramos aquele que parecia ser o apartamento ideal. Fiquei muito entusiasmada, pois foi muito mais rápido do que previa. Pertíssimo do trabalho (duas quadras), em perfeito estado, cheio de armários, tela nas janelas, aluguel razoável pros padrões cariocas e sem praticamente nenhum defeito. Apenas chão e armários que eu não colocaria na minha casa, mas que não comprometem o conjunto da obra.

Fui visitar tal apartamento com meus tios, e todos ficamos animadíssimos. No mesmo dia voltamos a entrar em contato com o proprietário, um senhor de meia idade muito educado e simpático; que, modéstia à parte foi, com a minha cara e disse que alugaria o imóvel para mim. Rapidamente providenciamos toda documentação necessária, e alguns dias depois estava tudo nas mãos do sujeito.

Ele então saiu da linha de frente e a partir daí, quem assumiu as negociações, foi a filha C. que mora em outro estado e é a proprietária do imóvel. E nada disso foi novidade para nós, já que desde o primeiro momento tivemos tal informação.

Não sabíamos ainda, mas estava começando nosso calvário. Recebemos o contrato de aluguel e ao darmos início à leitura do mesmo, nos deparamos com cláusulas que nos pareciam absurdas, pois só favoreciam à proprietária. A pobre da inquilina seria uma sofredora nas mãos de uma tirana se aceitasse tais termos.

Como nenhum de nós entende de leis, optamos por procurar um advogado conhecido, que muito gentilmente nos deu, gratuitamente, valiosas dicas a respeito de contratos e algumas leis. E para nossa surpresa, havia muito mais absurdos do que detectamos.

O sujeito listou uma série de alterações que deveriam ser feitas, de modo que deixasse o contrato justo para ambas as partes. Fizemos isso e reenviamos o contrato para que a proprietária opinasse. Nossa opinião inicial era de que ela era uma pessoa dura na queda e não aceitaria nossas condições.

Felizmente ela pareceu concordar com grande parte das alterações, mas em relação a outras estava irredutível. Foi preciso muita conversa e o poder das palavras dos meus tios para que ela finalmente aceitasse nossas condições.

Essa negociação se arrastou por quase duas semanas e só na tarde do domingo passado, obtivemos essa resposta positiva. Minha tia já estava comemorando, mas eu preferi esperar assinar o contrato antes de vibrar.

Estava certa. Na noite de domingo, quando a ida ao cartório para validação da documentação e posterior ida ao apartamento para vistoria e entrega das chaves já estavam combinadas com o simpático pai da C., ela passou um e-mail com o laudo de vistoria. Surreal. Essa é a palavra que nos veio à cabeça quando lemos o documento. A proprietária entrou em detalhes mínimos de absolutamente tudo que havia dentro do apartamento, e segundo ela, no final do contrato o apartamento deveria ser entregue EXATAMENTE como foi alugado.

Convenhamos, algo impossível. O tempo e o uso se encarregam de desgastar naturalmente as coisas, e ninguém está livre de um arranhão, uma sujeira, uma topada numa parede ou no piso.

Ficamos chocados com o nível de exigência dela, e foi nesse momento que meu pai, até então acompanhando de longe a saga, resolveu na manhã de segunda-feira entrar em contato com C. para tentar negociar com ela algo mais plausível. Em princípio ela aceitou, mas nos surpreendeu quando à tarde enviou o contrato com tais mudanças, mas que no fundo estavam querendo dizer a mesma coisa, ou seja, que eu seria responsável por qualquer pequeno, micro, invisível dano no imóvel. Ai de mim se esbarrasse numa parede!

Diante da irredutibilidade de C., meu tio entrou em contato com o sensato pai dela, e ouviu a pergunta: “E então, como ficamos?”. Claro que deu a única resposta possível, e aplaudida pela família: “Não ficamos.”.

Estaria encerrada a saga, se à noite C. não tivesse ligado para minha tia, voltando atrás e tentando re-re-renegociar a redação do contrato. Minha tia já exaurida, disse que naquele dia não teria mais condições de discutir o assunto, e deixou para hoje, quarta feira a decisão, já que a proprietária ontem estava fora durante o dia inteiro e só hoje estaria de volta.

Como se nada disso fosse suficiente, entrou mais um personagem na história. Na segunda feira, após as sábias palavras do meu tio para o pai de C., minha tia recebeu um telefonema há muito esperado, do Sr. J. Ele é o proprietário de um apartamento na mesma rua onde morei quase toda minha vida e com quem minha tia havia tentado negociar no início de nossa busca, após ter visto e gostado do tal imóvel. Como encontramos um apartamento legal e estava dando tudo certo, o Sr. J foi deixado de lado, até a tarde de segunda, quando as negociações com C. aparentemente haviam encerrado. Ela resolveu contatá-lo na esperança de que ainda não tivesse alugado seu imóvel. Eis que com o dito cujo ainda vago, minha tia vibrou e praticamente garantiu que o alugaríamos.

No dia seguinte fui com ela visitar tal apartamento. Voltei para o trabalho e passei o dia pensando nos dois, nos prós e contras de cada um.

Hoje C. vai ligar para minha tia e tentar uma negociação. Sr. J está aguardando uma resposta.

E você, caro leitor, vai ter que aguardar até a semana que vem para saber o que foi decidido e quem ganhou essa, C. ou Sr. J.

E me desejem boa sorte !

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Personalidades da semana: Catarina Abdalla (atriz – a amiga da Zelda Scott no inesquecível Armação Ilimitada), Fause Haten (estilista), Antonio Pedro (ator baixinho, das antigas), Leila ( jogadora de vôlei), Renata Ceribelli (apresentadora), Yuka (baterista e ex integrande d’O Rappa, que foi baleado na Tijuca uns anos atrás e ficou paraplégico)

6 comentários:

  1. Ai, menina, que bagunça!
    Desejo toda sorte do mundo!

    beijinhos,
    Fabi

    http://depoisqueeudescobri.wordpress.com

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  2. Cara, que saga do mal!!!
    Mas vai dar tudo certo, cê vai ver! E o mais legal, logo logo os gatos da sua irmã poderão passar férias no seu ap!!! =DDD O=)
    Beijão e SORTE!!! Que o melhor te aconteça.

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  3. Aff Rafa, tem de ter fibra hein? Que loucura isto, to angustiada soh de ler. Espero que tudo de certo, e que o apartamento escolhido seja o que melhor se saiu na lista dos pros.
    Ficarei aguardando aqui ansiosa o desfecho da trama!
    Boa sorte com tudo!!!
    beijinhos

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  4. Genteeeeeeeeee, depois disso tudo, olha... eu corria pro ap do Sr. J sem olhar prá trás!

    Beijão, baby, boa sorte SEMPRE!

    P.S.: a amiga da Zelda Scott era a Ronalda Cristina! nunca esqueço desse nome. :-p

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  5. Nossa, não sei o q me impressiona mais, o imbróglio do aluguel ou Ronalda Cristina com Fause Haten e Yuka, tudo no mesmo parágrafo!! :o)

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  6. Rafinha!!! To curiosissima p/ saber qual deu certo! Não esquece depois de colocar fotos p/ gente aqui. Beijos e super boa sorte!! Lu

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